O espetáculo "O Veneno do Teatro" está de volta aos palcos de Belo Horizonte. Estrelado por Osmar Prado e Maurício Machado, a montagem, que apresenta o texto clássico do espanhol Rodolf Sirera, faz curta temporada na capital mineira, nesta quinta (22) e sexta (23), no Grande Teatro do Sesc Palladium.
“O Veneno do Teatro” teve pré-estreia nacional em Belo Horizonte, em janeiro de 2024. Com direção de Eduardo Figueiredo, a versão brasileira já foi assistida por mais de 60 mil pessoas e marca o retorno de Osmar Prado ao teatro após um hiato de 10 anos.
No espetáculo, Osmar encarna um marquês sádico, que foi buscar dentro de si, auxiliado pelas informações dramatúrgicas. “A sociedade está muito dominada por um sentimento religioso que tenta nos enquadrar num tipo de comportamento inexistente. O marquês pode ser taxado como psicopata, mas, na realidade, ele diz coisas que nos incomodam e denunciam a nossa psicopatia coletiva”, disse o ator a época, em entrevista a O TEMPO.
Concluída pelo dramaturgo espanhol Rodolf Sirera em 1978, no contexto do fim da ditadura do general Franco, "O Veneno do Teatro" se passa no período da pré-Revolução Francesa, que destituiu a aristocracia por meio da guilhotina, precisamente em 1784.
Na trama, com ares de “thriller psicológico e fábula moral”, na definição do próprio autor, o monarca propõe a seu interlocutor a representação da morte do filósofo Sócrates, coagido a se envenenar com cicuta por, em tese, desafiar a moral vigente.
“A peça fala sobre morrer com as outras pessoas, não observar, mas sentir a intensidade de suas mortes”, afirmou Osmar. “Não éramos, somos cruéis, é o que essa obra explicita”. (Com Raphael Vidigal Aroeira)