O Planet Hemp anunciou que fará uma turnê de despedida dos palcos após 32 anos de trajetória musical. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17) durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo. A série de shows, intitulada "A Última Ponta", percorrerá dez cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte, entre setembro e novembro de 2025.
"Senhoras e senhores, o Planet Hemp vai acabar", disse Marcelo D2, vocalista da banda conhecida pela fusão de rap e punk e pela defesa da legalização da maconha. A turnê começará em Salvador e terminará em São Paulo, no estádio Allianz Parque.
Os ingressos estarão disponíveis a partir desta quarta-feira (18), ao meio-dia, pelo site do Eventim. Em Salvador, as vendas serão realizadas pela plataforma Sympla. Nas bilheterias físicas, a comercialização terá início às 13h.
Questionado sobre os motivos para encerrar as atividades do grupo, D2 explicou: "Posso te dar mil respostas, mas sentimos no coração que precisa acabar". O artista também mencionou fatores relacionados à idade: "Já estou com 57 anos, antes que eu me machuque quando cair desses pulos, é melhor parar".
O Planet Hemp foi criado em 1993 por Marcelo D2 e Skunk, que faleceu antes do lançamento do primeiro álbum do grupo, "Usuário". A história dessa amizade foi retratada no filme "Legalize Já". Na década de 1990, BNegão e Black Alien integraram a formação, que produziu discos importantes como "Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára" (1997) e "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça" (2000).
Atualmente, o Planet Hemp é composto por Marcelo D2 e BNegão nos vocais, Formigão no baixo (remanescente da formação original), Pedro Garcia na bateria (desde o final dos anos 1990) e Nobru, que substituiu Rafael Crespo na década passada. O produtor e multiinstrumentista Daniel Ganjaman também participa das apresentações.
A banda interrompeu suas atividades em 2003 e retornou apenas em 2012 para shows esporádicos. Em 2022, o grupo lançou "Jardineiros", seu primeiro álbum com músicas inéditas após mais de duas décadas.
"Vamos contar a história da banda através dos nossos quatro discos", afirmou D2 sobre o conteúdo da turnê de despedida. "Os shows vão ter essa energia e, como vamos acabar a banda, queremos fazer shows longos, maiores, incorporando esses convidados."
Sobre a possibilidade de reuniões futuras, D2 demonstrou ceticismo: "Acho difícil. A gente é meio cabeça dura". BNegão complementou: "se formos voltar, não vamos falar que vamos acabar" e "Se for acabar, tem que acabar mesmo". D2 também declarou que o Planet Hemp não poderia simplesmente "desfalecer até sumir".
Durante o encontro com a imprensa, BNegão comentou o contexto atual: "Acaba o Planet, acaba o mundo, mas não acaba o capitalismo". Ele destacou ainda o papel social das discussões levantadas pelo grupo: "A gente usou a maconha como porta de entrada para [outras] discussões. Falar sobre maconha é falar sobre o povo preto."
D2 encerrou a coletiva com uma perspectiva positiva sobre o fim da banda: "Isso não é um luto, é um gurufim. Nós, do povo preto, celebramos o final. A gente não chora. Vamos celebrar o fim do Planet com um show único."
Veja as datas da última turnê do Planet Hemp
13/9 - Salvador
20/9 - Recife
3/10 - Curitiba
4/10 - Porto Alegre
12/10 - Florianópolis
17/10 - Goiânia
18/10 - Brasília
31/10 - Belo Horizonte
8/11 - Rio de Janeiro
15/11 - São Paulo
(Com informações de Lucas Brêda/Folhapress)