Minas Gerais é o único estado da região Sudeste do Brasil que não se encontra com o mar. Esse desencontro é o fio condutor da narrativa do espetáculo “Bento”, criação de artistas da Escola de Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da Fundação Clóvis Salgado. Com direção coreográfica, concepção e roteiro de Alan Keller, a montagem teve estreia no Grande Teatro do Palácio das Artes em dezembro de 2024, originalmente em dois atos.
Agora, nesta quarta-feira (2), o espetáculo retorna ao mesmo palco, em versão que inclui uma abertura com as alunas formandas (com coreografia inédita de Rodrigo Gièse) e o segundo ato de “Bento”.
Nele, o público será apresentado à história do personagem-título, um menino que descobre que o Mar está triste por não conhecer Minas. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do Palácio das Artes ou no site da Eventim a partir desta segunda-feira.
O garoto então decide levar as belezas do estado para o oceano, navegando pelo Velho Chico. Em cena, mais de 100 bailarinos se revezam ao longo de 16 cenas. A trilha sonora e a direção musical de “Bento” são assinadas pelo cantor, compositor, multi-instrumentista e ator Sérgio Pererê.
“Bento” se apoia na regionalidade e nas riquezas do território mineiro, ressaltando a grandeza das Minas Gerais, sua natureza e beleza, além da hospitalidade do povo e sua perseverança. Na travessia pelo rio, o protagonista encontra amigos e descobre uma Minas Gerais ainda mais diversa.
As coreografias do espetáculo foram elaboradas com a contribuição dos professores do Cefart e de convidados. “Bento” também faz uma referência a “Bentu”, álbum de Sérgio Pererê e Badi Assad lançado em 2024, que celebra a cultura afromineira. A primeira faixa do álbum, “Terra de Cateretê”, é uma das 14 músicas que acompanham os bailarinos ao longo da apresentação.
O espetáculo é uma das atrações do Festival Cefart, que chega para promover apresentações multiartísticas da nova geração de criadores. A programação, totalmente gratuita, atravessa os meses de junho a agosto em diversos espaços do Palácio das Artes e na Funarte, apresentando, ao final desse semestre, o resultado de todo o trabalho desenvolvido nos cursos de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro e Tecnologia da Cena.
Mineiridade em cena
A montagem encerra o ciclo de aprendizado da turma e tem como mote a identidade e a cultura de Minas Gerais. Segundo o diretor e roteirista Alan Keller, ao ser convidado para fazer uma obra que dialogasse com essa temática, outros dois elementos foram importantes para que a narrativa de “Bento” ganhasse vida.
“A Priscila Fiorini, diretora do Cefart, ao me convidar, mencionou que a ideia era enfatizar a identidade, a região e a força da cultura mineira. Isso dialoga diretamente com minha história, sou um artista mineiro e literalmente nascido às margens do Rio São Francisco. O rio sempre me encantou profundamente. Ele se transforma em fonte de inspiração, e as músicas de Sérgio Pererê, um artista com quem tive a oportunidade de trabalhar em outros projetos, nos fazem contemplar o processo”, aponta.
Serviço
O quê. Espetáculo “Bento”, da Escola de Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado
Quando: nesta quarta-feira (2), às 20h
Onde. Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Ingressos: bilheteria do Palácio das Artes ou na plataforma Eventim