No dia em que foi ao ar um dos capítulos mais aguardados do remake de "Vale Tudo" -o acerto de contas entre Raquel (Taís Araujo) e Maria de Fátima (Bella Campos)-, Aguinaldo Silva relembrou um curioso hábito que fazia parte do seu processo criativo. Um dos autores da versão original, exibida em 1988, ele contou que costumava chegar "calibrado" às reuniões sobre a obra com Gilberto Braga (1945-2021), Leonor Bassères (1926-2004)

"Como o Gilberto só acordava às 17h (ele dormia às 7h da manhã), nos dias em que fazíamos as chamadas 'reuniões de trama' -ou seja, quando inventávamos as histórias-, eu passava antes na Churrascaria Majórica, comia uma picanha e tomava duas caipirinhas. E assim, calibrado, criávamos as virtudes de Raquel e as maldades de Odete Roitman", contou Aguinaldo em uma postagem publicada nesta segunda-feira (7) no Facebook.


O autor também refletiu sobre as diferenças entre o processo de escrita naquela época e nos dias atuais. "Naqueles tempos, com a máquina de escrever, tínhamos que acertar de primeira, com um texto de qualidade logo na primeira versão. Hoje, no computador, escrevemos, reescrevemos e, ainda assim, não ficamos satisfeitos. Nem nós, nem esse malvado chamado 'o público'!", brincou o autor, que já admitiu sentir ciúmes da trama. "Sou completamente apaixonado pela obra. Foi um dos momentos mais mágicos da minha vida. Tudo dava certo", relembra

Aguinaldo Silva é o autor da próxima novela das nove da Globo, que substituirá "Vale Tudo": "Três Graças". A trama, que marca o retorno do autor à emissora após quatro anos, contará a história de uma família formada por avó, mãe e neta - todas engravidando muito cedo e criando os filhos sozinhas. Sophie Charlotte dará vida à protagonista, Gerluce.