Banda com importante trajetória de mais de 25 anos no rock autoral belo-horizontino, a Pelos se prepara para lançar “Noturnas”, seu quinto álbum de estúdio, previsto para este mês. Antes, porém, o quinteto formado por Heberte Almeida (guitarras), Kim Gomes (guitarras), Pablo Campos (bateria e percussão), Robert Frank (voz, guitarras e piano) e Thiago Pereira (baixo) soltou o single “Santelmo”, que chegou às plataformas digitais nesta quinta-feira (31/7).
“‘Santelmo’ traz em sua essência uma visceralidade nostálgica dos anos 2000, com guitarras ácidas e melodias bonitas, mas com uma interpretação e uma unidade musical que a banda sempre propõe em suas músicas”, sinaliza o guitarrista Kim Gomes.
Além de ser uma faixa que, desde o primeiro momento, a Pelos entendeu como uma música de abertura, “é uma canção que revisita algumas sonoridades nossas, só que ao mesmo tempo apontando para outros caminhos”, comenta o vocalista e guitarrista Robert Frank, responsável também pela arte e o design da capa do single.
O fenômeno do fogo de Santelmo – descarga elétrica que aparece para navegadores durante viagens e que simboliza um sinal de boa sorte – surge na letra como metáfora para narrar um chamado de fuga, de mudança ou de novas explorações.
Apesar do título do disco sugerir outra direção, o single “Santelmo” aposta em uma melancolia luminosa, com lirismo redentor e arranjos que mesclam o rock clássico a influências do Clube da Esquina e do indie dos anos 2000.
Segundo disco gravado pela atual formação, “Nortunas” carrega a produção de Henrique Matheus e Thiago Corrêa, do estúdio Frango no Bafo (BH) e a mixagem e masterização de Leonardo Marques, piloto do estúdio Ilha do Corvo (BH), atualmente radicado em Los Angeles, e dono de uma assinatura impressa em diversos trabalhos da cena musical brasileira contemporânea, vencedor do Grammy Latino em 2022 e produtor do álbum anterior do grupo, o elogiado “Atlântico Corpo”.
Formada em 1999, a Pelos, originalmente batizada de Pelos de Cachorro, nasceu no Aglomerado da Serra, periferia de Belo Horizonte, e tornou-se, com o reconhecimento do público, dos pares musicais e da crítica especializada, um dos mais importantes nomes do rock mineiro das últimas décadas. “Memorial dos Abismos” (2008), “Olho do Mundo” (2012) e “Paraíso Perdido nos Bolsos” (2016) completam a discografia da banda mineira.
A trajetória singular e perseverante nos alinhamentos underground e ativista do grupo é atestada pela discografia sólida, repleta de canções que partem do rock mas bebem de outras fontes pretas eternas como o soul, funk, jazz e o blues.