Um dos prédios do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte, pegou fogo na manhã desta segunda-feira (15). Três salas da reserva técnica do museu foram atingidas. Segundo a administração, no local ficam guardados acervos que não estão em exposição.
De acordo com a diretora do museu, Mariana Lacerda, ainda não é possível contabilizar os prejuízos e nem a causa do incêndio. “Certamente, afetou uma área muito importante do museu, mas só vamos saber a real dimensão só depois que a perícia acontecer. São coleções de paleontologia, da arqueologia e da parte da biologia, alguns acervos ligados à zoologia, entomologia, é o coração do museu. Agora, é a hora de arregaçar as mangas, fazer o que for preciso. O museu tem a estrutura e os pesquisadores já estão de prontidão para próxima etapa, que é recuperar e entender o dano causado”, afirmou Marina.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas no local já estão controladas e a perícia da Polícia Civil foi acionada para comparecer ao espaço. O incêndio começou por volta das 5h30, se alastrou pelo telhado e atingiu parte do material fóssil.
“Às 5h foi feita ronda pela segurança do museu, mas nada foi identificado. Às 5h30, um segurança escutou o barulho de uma janela estourando e chamou os bombeiros. Nosso pessoal deslocou-se rapidamente para o local. O que podemos dizer é existiam materiais biológicos danificados. Houve um desabamento parcial do telhado, mas agora não existe mais risco de outras estruturas desabarem. Estamos na fase de rescaldo, que é uma fase delicada, porque estamos tentando preservar ao máximo o acervo”, explicou o tenente do Corpo de Bombeiros, Ivan Lobo.
Segundo a corporação, ainda não é possível identificar as causas do incêndio. Mas de acordo com a diretora do museu, o local conta com equipamentos de segurança. “O museu tem detecção de fumaça, além de todos os mecanismos necessários”, pontuou.
Famoso por abrigar um dos grandes tesouros da arte popular mineira, o Presépio do Pipiripau, o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG possui um conjunto de peças de grande valor científico e histórico. Segundo a administração, o presépio não estava no local atingido pelo incêndio.
O museu guarda um acervo formado por 265.664 itens contextualizados nas áreas da Arqueologia, Paleontologia, Geologia, Botânica, Zoologia, Cartografia Histórica, Etnografia e Arte Popular. O conjunto tem ainda uma biblioteca com 3.750 livros e 19.134 números de periódicos, assim como um expressivo conjunto de fotos e de documentos.
Outro incêndio, em 2013, destruiu fóssil de 10 mil anos na PUC MInas
Essa não é a primeira vez que um acervo de ciências naturais é atingido pelo fogo em Belo Horizonte. Um incêndio no Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, no bairro Dom Cabral, na região Noroeste de Belo Horizonte, em janeiro de 2013, levou à perda de um fóssil de cutia de 10 mil anos. Na época, o local ficou interditado por quase um ano.
Após o incêndio, houve um investimento de R$ 1,5 milhão na melhoria de segurança da estrutura do local. Mas na época, as chamas danificaram objetos, móveis e algumas réplicas de fósseis, além de ter destruído grande parte da exposição da caverna e do Pleistoceno, onde o incêndio começou. A exposição de Peter Lund também ficou bastante danificada pelas chamas.