Atores, atrizes, produtores e trabalhadores do teatro se reuniram, na manhã desta segunda-feira (31), na porta da sede da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro da capital, para protestar contra uma medida divulgada por Alexandre Kalil na semana passada. Na quarta-feira (26), o chefe do executivo municipal anunciou que seria obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação e do teste negativo da Covid-19 para a entrada em eventos - casas de shows e espetáculos, teatros, circos e casas de festas - em BH.

A pressão surtiu efeito. No início da tarde, a PBH anunciou que a portaria foi revogada. Com ajustes, o novo protocolo será publicado no Diário Oficial do Município nesta terça-feira (1º). As demais regras continuam válidas, incluindo o teste e apresentação de esquema vacinal completo para eventos com público acima de 500 pessoas, como nos jogos de futebol em BH.

“Com as atualizações, casas de teatro, de shows, de espetáculos e similares com público sentado de até 500 pessoas não precisarão exigir o comprovante de vacinação da segunda dose da vacina contra a covid-19 e de teste realizados até 72 horas antes da atividade, desde que não haja serviço de alimentação e de bebida. Nesses casos, o uso de máscara deverá ser permanente”, diz a nota do executivo enviada à imprensa.

Todas os protocolos vigentes em Belo Horizonte podem ser consultados no portal da PBH

Em uma publicação no Instagram, o Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), realizador da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, celebrou a decisão: “Vencemos! A Campanha vai continuar normalmente, sem a obrigatoriedade de apresentação de passaporte vacinal ou teste de Covid-19. A união de toda classe foi determinante para que essa medida fosse adotada pela PBH. Nossa gratidão a todo apoio de quem ama e valoriza a cultura. As cortinas não vão se fechar”.

Pouco antes de a prefeitura voltar atrás, o evento havia comunicado que faria uma pausa na programação na capital, mantendo as atividades em Contagem. Agora, a agenda voltará a ser cumprida normalmente. 

O coordenador geral da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, Dilson Mayron, diz que os trabalhadores do teatro receberam a notícia com muita emoção. “Foi uma choradeira. Todo mundo quer trabalhar, as pessoas precisam colocar comida dentro de casa e o Kalil estava tirando delas a chance de trabalhar. Recebemos a nova decisão com muita emoção e alegria, mas dependemos de ver a portaria ser publicada amanhã”, afirma.