Espagiria é uma tradição que encontra raízes no Antigo Egito, onde o hermetismo foi ensinado nos templos de Mênfis e Tebas. Trata-se de neologismo que deriva dos termos gregos “spao”, que significa “dividir”, “extrair”, e “agheiro”, que significa “unificar”, 
“reunir”. 

“Com o trabalho de Zósimo de Panópolis (Akhmin, 300 d.C.) aprendemos que a alquimia no antigo Egito era realizada sob o controle do rei e dos sacerdotes e que era contra a lei escrever sobre o assunto. Por isso, o ensinamento dos segredos alquímicos era transmitido oralmente de uma geração para outra”, ensina Bernardo Starling Albuquerque, professor de espagiria do Instituto Brasileiro de Aromatologia (Ibra) e fundador da Hermes Espagiria. 
Ele comenta que “outra possível interpretação etimológica afirma que suas raízes se encontram na união de ‘spao’ e ‘geras’, ‘dom divino, nutriz, velho em idade e experiência’, o que pode sugerir a extração daquilo que é divino, antigo e, por consequência, arquetípico”. 

O espagirista revela que o grande médico Theophrastus von Hohenheim, o Paracelso (1493-1541), “produzia grande parte de suas famosas medicinas por meio de procedimento alquímico, o que nos leva a pensar na tradição mais elevada da arte hermética, que pouco tem em comum com a alquimia vulgar, que queria apenas fazer o vulgar ouro”. 

Essa antiga arte de preparação de remédios nos moldes de Paracelso, observa Starling, “se ocupa de uma farmacodinâmica específica e busca produzir elixires, tinturas e outros preparados. Uma dessas preparações é conhecida como ‘quintessência’, formulada a partir da união de três princípios: corpo, alma e espírito”. 

Segundo ele, as quintessências são feitas a partir de plantas aromáticas e da extração e purificação de suas partes. “Na espagiria, considera-se que a planta (ente vegetal) é constituída por uma alma (cor, aroma, princípios ativos e óleo essencial); um espírito (parte mais volátil, que se manifesta na fermentação das plantas); e o corpo, parte estrutural da planta, responsável pela conservação e poder de penetração do remédio e é representado pelos sais, oligoelementos e eletrólitos extraídos das cinzas das plantas”. 

O espagirista ensina que a união desses três princípios previamente purificados ocorre em uma vidraria muito especial, chamada pelos alquimistas de “pelicano”. “O preparo é submetido a um calor contínuo de 40°C por determinado período. Dessa forma, a espagiria é a aplicação da alquimia à produção de medicamentos”. 

Mas o que difere as preparações espagíricas das tinturas? “A tintura simples (como também o infuso e o decocto) utiliza em parte a potência da planta. A preparação espagírica, por outro lado, ‘abre’ a planta e integra vários componentes depois de um processo de separação e purificação”, ensina Starling. 

 Alquimia entre sal, enxofre e mercúrio 

Outro diferencial da preparação espagírica é a presença de sais minerais extraídos das plantas durante os processos de incineração e calcinação. “Esses sais são em parte solúveis em água, em parte não. Na alquimia, os solúveis são também chamados ‘sal salis’, e aqueles não solúveis, ‘caput mortuum’. A experiência demonstra que os primeiros têm um grande valor medicinal”, ressalta Bernardo Starling.  

O processo de preparação espagírica considera três princípios filosóficos: o “mercúrio”, o “enxofre” e o “sal”. É uma preparação mais completa, que encerra o poder medicinal da planta de maneira mais integral. 

“Quando produzimos uma quintessência, ocorre uma dança químico-alquímica. O álcool (espírito) e a alma (óleo essencial) são basicamente ácidos orgânicos que na alquimia equivalem ao Sol por serem ativos, enquanto os sais são passivos, lunares, de pH alto, básico. Quando eles se unem, entram em choque, digladiam até que se harmonizam e chegam a um pH próximo do neutro”, explica o espagirista. 

Starling ressalta que na Europa diversas empresas comercializam preparados espagíricos, como tinturas, elixires, gemoterápicos e quintessências. “Esta última, pelo fato de ser muito pura, se recomenda o uso interno em baixas dosagens”. (AED) 

 Algumas quintessências 

Alecrim-do-campo: mucolítica; estimulante do sistema imunológico; 

Menta piperita: alívio dos sintomas da sinusite; 

Copaíba: anticarcinogênico e estimulante do sistema imunológico; 

Lavanda angustifolia: usada para relaxamento e depressão; 

Sálvia: alívio de sintomas da TPM, controle do fluxo menstrual; 

Manjericão: ansiedade, fadiga, cólica intestinal, insônia e letargia. 

Estante: confira os lançamentos 

“Yoga para a Criança Especial”, Sônia Sumar, 295 páginas, R$ 100. 

A palestrante e instrutora de ioga aborda de forma prática e detalhada métodos para lidar e desenvolver o potencial de crianças especiais por meio da ioga. Destinado a instrutores de ioga, terapeutas e profissionais da educação. 

Onde comprar: Jaivida (31) 99971-5709. 

  

“Os Invasores: Contatos, Ataques e Sequestros”, Paulo Baraky Werner, 132 páginas, R$ 69. 

O livro reúne casos pesquisados pelo autor durante 34 anos de atividade, além de narrar o surgimento do Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados e toda a trajetória dentro do cenário ufológico e da mídia especializada. 

https://www.ovnipesquisa.com.br/ 

“A Turminha do Léo”, Deive Leonardo, editora Vida, 60 páginas, R$ 64,90. 

Em uma jornada desafiadora, quatro amigos decidem unir forças e arrecadar doações para o orfanato da cidade, criando um bazar beneficente na igreja. Enquanto trabalham juntos pelo bem comum, colocam em prática os ensinamentos cristãos.