Cerca de 300 pessoas se reuniram na noite desta quinta-feira (23) no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo, em ato de apoio à presidente Dilma Rousseff.

A intenção era tentar aproximar as pautas da candidata de agendas mais de esquerda, como descriminalização do aborto e políticas humanizadas de drogas. "O legado do outro candidato [Aécio Neves] é mobilizar militantes antigos do PT que estavam decepcionados com o partido", afirmou Maria Lutterbach, coordenadora do evento.

A maioria dos presentes era jovem e aparentava ser de classe média. Entre os poucos políticos que circulavam no ato estavam o candidato derrotado ao governo estadual, Alexadre Padilha, e o deputado federal eleito Orlando Silva (PC do B). Um dia antes, no mesmo local, o PSDB reuniu 10 mil pessoas em marcha.

Em contraste com o clima "paz e amor" da concentração, foram colados, horas antes do ato, vários cartazes apócrifos com uma caricatura soturna do candidato tucano Aécio Neves ao lado dos dizeres, em letras garrafais: "Eu não voto em homem que bate em mulher".

"Querem subir um em cima do outro", diz a vendedora Elis Cabral, 28, eleitora de Aécio, sobre os dois cartazes afixados sem autorização na fachada da loja onde trabalha, na rua Teodoro Sampaio, a duas quadras do Largo da Batata. Em seguida, pergunta ao repórter: "Mas é verdade isso aí?".

Presente no ato, o deputado federal do PT, Vicente Cândido, disse que, segundo pesquisas internas do PT, o que mais tem tirado votos de Aécio em São Paulo é a divulgação da suposta agressão do candidato contra a mulher, Letícia Weber, em 2009, quando ainda eram namorados. "Mais até do que a crise da água", afirmou.

A informação sobre a suposta agressão foi publicada em novembro de 2009 pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog no portal UOL. Tanto Aécio quanto Weber negaram a agressão naquela época.