Nos preparativos para o Carnaval, muita gente se preocupa em fazer algum “projeto verão” para arrasar na avenida, exibindo o corpo na forma que considera melhor. Vale começar ou intensificar alguma atividade física e, ainda, escolher uma dieta detox pra eliminar o inchaço nos últimos dias antes do desfile. Porém, há quem adote soluções inusitadas ligadas ao sexo para aperfeiçoar sua performance na folia.

A musa da Colorado do Brás, escola do Grupo Especial em São Paulo, Mariana Marquini, de 24 anos, por exemplo, resolveu dar um tempo na vida amorosa até a festa momesca. A produtora de conteúdo adulto fez uma espécie de “jejum sexual” - que termina nesta sexta-feira (28), dia do desfile - para melhorar seu desempenho, poupar energia e manter o foco no desfile. 

Ela afirmou que considera sexo viciante e que, por isso, gostaria de se dedicar somente ao samba nessa reta final, mas destacou que está difícil se controlar. “Sou muito sexual, quase uma ninfomaníaca. Não está sendo fácil controlar a libido”, disse à Quem.

Por outro lado, a colega de escola e influenciadora 18+ Bruna Ramoni, de 35 anos, seguiu o caminho oposto. Inspirada em uma entrevista de Kim Kardashian - que afirmou perder 3 kg com intensa atividade “íntima” - ela decidiu combinar exercícios físicos com sexo. Então, além de treinar na academia, Bruna tem relações sexuais três horas por dia. "Perco 600 calorias", contou à revista.

Existe certo ou errado?

Mas quem estaria certo nessa história? Afinal, existe uma regra? A resposta é não. Da mesma forma que não tem embasamento em evidências científicas recentes a crença que a abstinência sexual melhora o desempenho esportivo. 

Segundo Théa Murta, psicóloga especialista em Sexualidade Humana, a ciência não faz uma relação direta entre fazer um jejum sexual - ou intensificar a prática - com a melhora da performance em um desfile. “Pensando no Carnaval, também não parece fazer muito sentido sem avaliar o jeito de cada uma. O que faz sentido é cada pessoa olhar para si de maneira individual e entender como ela funciona”, destaca.

Desta forma, a escolha seria subjetiva. “Tem pessoas que ficam mais cansadas após ter uma relação sexual principalmente se ela é mais demorada. A pessoa que vai desfilar após fazer sexo pode sentir um cansaço físico mesmo e pode interferir. Mas não é uma regra. Para outras, isso não vai fazer diferença. Para umas vai ajudar, para outras, atrapalhar”, explica Théa.

Sexo emagrece?

A “dieta do sexo” já foi citada por famosas como Kim Kardashian, Cameron Diaz, Kate Hudson e Pamela Anderson, que garantiram alcançar bons resultados. Mas será que transar emagrece? 

Um estudo feito pela Universidade de Quebec, em Montreal, no Canadá, em 2013, avaliou qual o gasto calórico durante o sexo de 21 homens e 21 mulheres heterossexuais, de 25 a 40 anos. Publicado no “Journal of Sexual Medicine” o resultado demonstra que homens queimaram cerca de 4,2 calorias por minuto durante o sexo e 9,2 calorias por minuto na esteira. 

As mulheres eliminaram de 3,1 calorias por minuto transando e 7,1 calorias por minuto na esteira. A comparação revelou que o sexo contribui com o gasto calórico, apesar de o equipamento de caminhada demonstrar mais que o dobro de eficiência.

Corroborando o estudo, um artigo publicado no “New England Journal of Medicine”, concluiu que ter uma vida sexual ativa é saudável em diversos aspectos, mas seriam necessários 200 minutos de sexo para obter uma queima calórica de 30 minutos de corrida.

Abstinência

O movimento NoFap, surgiu nos Estados Unidos, defendendo que a abstinência sexual pode trazer benefícios, como melhoria de desempenho e aprendizado, além de aumento do vigor, mas não há nenhum respaldo científico. Ele foi criado por um jovem americano que acreditava ter sido viciado em pornografia. 

Porém, a especialista em Sexualidade Humana explica que, até mesmo nos casos de vício, a decisão de ficar em abstinência deve levar em conta questões mais profundas. “A gente precisa olhar individualmente como que é esse vício, como que aparece, pra gente compreender se faz sentido esse jejum. Em alguns casos pode ser benéfico, mas só o jejum sozinho não resolve. A gente precisa cuidar, tratar, entender esse vício, para conseguir fazer com que a pessoa melhore”, pontua Théa.