Pouca gente sabe, mas a falta de sono e o ronco durante a noite podem ser considerados sintomas de uma doença grave. Trata-se da apneia do sono, que caracteriza-se pela perda de respiração por alguns segundos, que pode acontecer por diversas vezes durante a noite.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de sono ruim, e outros 30% sofrem de apneia.

A apneia obstrutiva do sono é a doença mais comum e ocorre quando os músculos da garganta relaxam durante o sono e as vias respiratórias se fecham, o que interfere e impede a respiração adequada. Isto pode reduzir drasticamente o nível de oxigênio no sangue. Assim, o cérebro recebe a mensagem de que algo está errado.

Por ser incapaz de respirar, a pessoa desperta do sono por um breve momento, quando as vias respiratórias reabrem e permitem que a situação volte ao normal. Esse problema, no entanto, repete-se inúmeras vezes ao longo da noite e pode causar sérias complicações.

Mesmo sem saber do problema, a pessoa pode sofrer um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros problemas, que podem ser fatais. A medicina evoluiu e um aparelho denominado CPAP é um bom mecanismo para se evitar a doença.

O CPAP é a sigla, em inglês, para pressão positiva contínua na via aérea. O procedimento consiste em uma máscara que é colocada no rosto durante toda a noite. O aparelho funciona como um balão de oxigênio e mantém as vias aéreas abertas durante o sono. Quando colocado na pressão ideal, resolve o problema, sem riscos ao paciente.

Com o uso contínuo do CPAP e uma visita periódica ao médico, em especial ao pneumologista e otorrinolaringologista, o paciente vai dormir melhor e terá também um dia seguinte mais produtivo com a recuperação da autoestima.

A fisioterapeuta Marcela Prates da VitalAire, empresa especializada na comercialização do CPAP, em Belo Horizonte, explicou a importância do CPAP na vida das pessoas que não conseguem dormir direito.

"Apesar da aparente facilidade de identificar os sintomas, 80% dos pacientes desconhecem o diagnóstico da doença. Por isso, é bom ficar atento e contar com a ajuda de familiares que possam auxiliar na descoberta do problema", explicou a fisioterapeuta.

Segundo ela, apenas um estudo do sono pode fornecer um diagnóstico definitivo sobre a apneia e mostrar o seu grau de intensidade. "A ausência de tratamento pode acarretar em graves consequências e até levar à morte. Medidas clínicas e o uso de equipamentos que facilitam a respiração durante o sono, como o CPAP, são grandes aliados para tratar o problema”.

O CPAP ainda tem um preço considerado "salgado" no mercado, por volta de R$ 2.000, além de R$ 500 pela máscara. Uma boa alternativa é fazer o aluguel ou parcelamento do aparelho, e ver-se livre para sempre da apneia do sono.

Para quem não tem condições de comprar na rede particular, o aparelho também pode ser adquirido pelo SUS com uma receita médica credenciada.