O que ainda precisa para que esse novo “teste” passe a ser usado?
Os nossos estudos são pioneiros, mas não devem ser colocados em prática ainda.
Em quanto tempo isso deve acontecer?
Até isso acontecer, poderá levar décadas ou poderá mesmo não ser uma metodologia a ser usada na prática. Em laboratório é possível manipular variáveis e testar os seus efeitos, na prática as dificuldades em se criar um alinhamento de odores podem ser imensas.
Então, quais são os avanços desse estudo?
Essa investigação permitiu chegar a três conclusões principais e que não podem ser ignoradas: a primeira é que os seres humanos conseguem reconhecer um odor corporal num alinhamento de cinco odores. A segunda é que o reconhecimento parece ser potencializado quando há a experiência de emoções negativas, como em casos de crime. E a terceira é que os odores corporais podem constituir um auxílio à investigação criminal, em conjunto com outras evidências recolhidas, uma vez que se trata de algo único de cada indivíduo, tal como acontece como uma impressão digital. Mais ainda há muito trabalho pela frente.
Qual deve ser a próxima etapa da pesquisa?
Essa linha de investigação foi iniciada por mim e pelos meus orientadores, os professores Sandra Soares, Carlos Fernandes da Silva e Mats Olsson, mas estamos ainda na ponta do iceberg. É necessária muita investigação adicional, replicação de resultados e aplicação prática. Tudo o que é feito em laboratório deve ser testado no terreno. O nosso objetivo é continuar a explorar variáveis que possam afetar o testemunho olfativo e dar respostas às novas questões que forem surgindo durante esse processo. (LM)