Em meio aos escândalos envolvendo grandes marcas que usam trabalho escravo nas suas produções, o movimento Fashion Revolution, presente em mais de 90 países, propõe, a cada edição, o debate mais transparente da produção e do consumo consciente na indústria na moda. A iniciativa convida várias marcas e pessoas a perguntaram, pelas redes sociais, “quem fez minha roupa?”, a fim de mostrar toda a cadeia produtiva.
Belo Horizonte foi uma das cidades que recebeu uma programação especial desde a última terça-feira (23), no Museu da Moda (Mumo), que reuniu profissionais da área de comunicação, rodas de conversas, mostras, oficinas e debates sobre a problemática.
A jornalista Valéria Said, co-organizadora da 6° edição da Semana Fashion Revolution em Belo Horizonte, explica que o evento é uma das maneira de incentivar o consumo sustentável e consciente da moda, assim como a transparência da comunicação das marcas. “Discutimos sobre a importância das marcas de moda terem uma política pública a respeito das suas práticas sociais e ambientais”, disse ela.
Membro da Frente da Moda Mineira (FDM) e participante do debate “Moda e Transparência na Comunicação de Moda”, realizado na última quinta-feira, Natalie Oliffson celebra a importância do tema na cidade. “É um tema difícil, mas necessário para toda a indústria da moda. É a primeira vez que me aproximei desse tema e me sinto honrada e comprometida a ser uma multiplicadora dos propósitos do Fashion Revolution”, afirmou.
Nas redes sociais, por meio das hashtags #fashrev, #whomademyclothes e #quemfezminhasroupas, várias pessoas postaram o gesto de vestir sua roupa do avesso a fim de obter as respostas das marcas. Se muitas delas ainda ignoram o movimento, outras mostraram os bastidores de sua produção, respondendo às pessoas, por meio de fotos, como funciona todo o seu processo produtivo.
Em exposição no Museu da Moda, em Belo Horizonte, a mostra “Transparência – o Custo Real de um Look” traz peças de diferentes marcas que fazem parte do cenário da moda sustentável local como Tiê, Molett e Grama. Por meio de tags abertas, o público poderá verificar os custos reais de fabricação e venda até o dia 12 de maio.