Bob Hoffman (1922-1997) foi considerado um médico de almas, pois tinha inata a habilidade de escutar as verdades e as sabotagens mais profundas.
Junto do médico Siegfried Fischer, criou o processo terapêutico Fischer-Hoffman, em que compartilhava algumas ideias estabelecidas na psicanálise e na gestalt-terapia.
Claudio Naranjo, gestaltista e psiquiatra chileno, que associou a psicologia à espiritualidade, foi um dos grandes profissionais que validaram o processo e que melhor definiu Bob Hoffman: “Um sensitivo que ajudava seus clientes a atingir uma expansão de amor”.
Atualmente conhecido como “processo Hoffman da quadrinidade”, o método já é ministrado há 50 anos em 20 países e há 40 anos em Minas Gerais, beneficiando milhares de pessoas com foco no autoconhecimento e melhoria da qualidade de vida.
Jaime Maciel Bertolino é o diretor terapêutico do Instituto Hoffman do Brasil e fez sua formação em 1979. Ex-professor de educação física, ele percebeu que o modelo pedagógico tinha restrições e fronteiras burocráticas, que muitas vezes impediam ou tornavam lentos os processos educacionais.
“Ao viver minha experiência dentro do processo Hoffman, encontrei um espaço possível, saudável e efetivo para que minha criança pudesse comunicar sua história, suas dores e verdadeiramente ser ouvida, ter uma direção e um balizamento para sair de embaraços emocionais”, recorda Bertolino.
A partir da descoberta de sua criança interior, o terapeuta se encontrou. “Ali eu encontrei um fórum adequado que possibilita uma educação humana, emocional e amorosa. Uma educação humanizadora”, comenta.
Bob Hoffman deu ênfase à peça vital que faltava na compreensão das consequências do condicionamento infantil na vida adulta: o amor.
Traços negativos
“Para ele, as neuroses são consequência direta de não nos sentirmos completamente amados e aceitos pelos nossos cuidadores, e a negatividade – dos comportamentos, sentimentos e maneiras – aprendida com nossos pais na infância foi, por sua vez, transmitida a eles pelos seus pais por meio do amor negativo. Para mantermos o amor e conquistarmos a atenção de nossos cuidadores, adotamos os traços estratégicos negativos que vimos neles”, diz o terapeuta.
Como o próprio nome já diz, a quadrinidade é o conjunto dos quatro aspectos que formam o ser humano: a instância emocional, o intelecto, o corpo e o ser espiritual.
“O processo trabalha para apresentá-las separadamente, associar a cada parte o que pertence a ela para, então, integrá-las. A metodologia permite que cada indivíduo conheça intimamente cada lado de si mesmo, a forma como sente, pensa e como isso afeta o próprio corpo e as relações que desenvolve”, observa Bertolino.
Durante o processo Hoffman, a pessoa toma conhecimento de como funciona cada um dos aspectos da própria quadrinidade.
Ela acolhe sua criança interior e percebe suas memórias por meio das emoções, e não mais pelo racional. Sendo assim, ela vai passar por situações de dor, instabilidade, sofrimento, decepções e frustrações, mas sabendo que pode voltar para aquele lugar dentro de si, que ela já conhece e em que se sente confortável.
Vínculo emocional negativo com os pais deve ser eliminado
Conectar-se com a própria essência que é compaixão, perdão e amor, alinhando-se com escolhas mais saudáveis. Esta é a proposta do processo Hoffman da quadrinidade.
“O processo traz inúmeros benefícios para todas as áreas da vida. Cada indivíduo vai se dar conta da forma como se sente, pensa, se cuida, se posiciona, se relaciona e vive. Cada um vai encontrar o porquê de muitas questões que o inquietam e, assim, vai se permitir criar novas formas de estar presente no mundo e implicado na própria história”, explica Jaime Bertolino.
Bob Hoffman analisou os traços emocionais negativos de cada um dos pais biológicos de seus pacientes e começou a desenvolver uma compreensão intuitiva sobre suas histórias emocionais.
Ele observou que o relacionamento entre pais e filhos se alicerçava no que chamou de “amor negativo”. “Ele podia ver que os pais, quando eram filhos, tinham adotado, sem querer, ‘traços negativos’ e eram movidos por sua própria história emocional. Era possível vê-los como culpados, mas não tendo a culpa. Esses entendimentos profundos levaram à experiência de perdão e compaixão pelos pais, uma vez que se compreende que os pais também foram crianças que ‘imitaram’ os pais”, observa o terapeuta.
Segundo ele, todos somos vítimas do amor negativo, passado de geração a geração nas linhagens de cada família até os dias atuais.
“Durante o processo, a pessoa aprende que é esse reconhecimento dentro da própria história e a tomada de consciência dos comportamentos, pensamentos, sentimentos e maneiras criados para estar nessa dinâmica familiar que proporcionam um profundo reconciliar-se consigo mesmo”, diz o terapeuta.
O processo ajuda as pessoas a curar suas dores, sair do hábito de comportamentos amorosos negativos e alcançar um lugar de amor incondicional.
Benefícios
- Aumento da força interior e da autoconfiança;
- atitude mais amorosa consigo e com os demais, a partir de uma compreensão mais alargada de si mesmo e dos outros;
- maior capacidade de entender e superar os conflitos que permeiam as relações, sejam elas familiares, de casal, de trabalho ou de amizade;
- maior consciência sobre as origens dos seus comportamentos, possibilitando mais claridade e liberdade interior perante a vida;
- implicação da própria existência como ser humano, enxergando a si mesmo como autor e responsável por sua jornada e pelos caminhos escolhidos em todas as áreas da vida;
- reconexão com a dimensão espiritual que habita cada um de nós, por vezes tão rechaçada na sociedade tão voltada para o externo;
- alinhamento de valores com atitudes e decisões de futuro.
Agenda
O próximo processo Hoffman acontecerá de 18 a 24 de janeiro. Informações: (31) 3223-2037 e (31) 98439-1021.