Londres, Reino Unido. O consumo de grandes quantidades de álcool pode causar mudanças no DNA das pessoas, levando-as a ter ainda mais vontade de beber, sugere estudo de pesquisadores da Universidade Rutgers (EUA) e publicado no periódico científico “Alcoholism: Clinical & Experimental Research”.

Os pesquisadores analisaram os genes de consumidores moderados de álcool, de consumidores excessivos (os que bebem constantemente) e dos chamados “binge drinkers” – os que bebem uma grande quantidade de álcool em um curto espaço de tempo.

A conclusão foi que os dois últimos grupos – os consumidores excessivos e os “binge drinkers” – haviam tido dois genes modificados sob influência do álcool, por um processo chamado “metilação”.

Nesses grupos, as mudanças genéticas levam a mudanças no relógio biológico do corpo, no sistema de resposta ao estresse e – o que é mais grave – na vulnerabilidade ao próprio álcool: as pessoas passam a buscar mais a bebida quando estão estressadas. Cria-se assim um círculo vicioso: quanto mais se bebe álcool, maior será a necessidade de ingerir a bebida.

“Descobrimos que pessoas que consomem muito álcool podem estar mudando seu DNA de uma forma que as faz querer beber ainda mais”, disse em comunicado da universidade Dipak K. Sarkar, principal autor do estudo. “Isso pode ajudar a explicar por que o alcoolismo é um vício tão poderoso. Também pode, algum dia, contribuir para novas formas de tratá-lo ou para ajudar a prevenir que as pessoas se tornem viciadas”, afirmou.