Miami, EUA. A atual geração de jovens faz menos sexo do que as anteriores, apesar da ampla disponibilidade de aplicativos e sites de namoro e da maior aceitação sobre o sexo antes do casamento. Um estudo que analisou os “Millennials”, a geração de pessoas nascidas na década de 1990, descobriu que eles são o grupo mais sexualmente inativo desde a época da Grande Depressão. Os entrevistados pela pesquisa são todos nascidos nos Estados Unidos.
“A única outra geração que mostrou uma taxa mais alta de inatividade sexual foi a dos nascidos na década de 20”, afirma o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Atlântica da Flórida e publicado na revista científica “Archives of Sexual Behavior”.
A pesquisa revelou que, entre os norte-americanos de 20 a 24 anos, os nascidos no início de 1990 eram significativamente mais propensos a não terem tido parceiros sexuais após os 18 anos do que os membros da geração X, nascidos em meados da década de 60.
No total, 15% dos Millennials norte-americanos de 20 a 24 anos de idade relataram não ter parceiros sexuais desde que fizeram 18 anos, em comparação com 6% dos nascidos na década de 1960.
“Esse estudo realmente contradiz a noção generalizada e popularizada por aplicativos de namoro, como Tinder e outros, de que os Millennials são a geração ‘conexão’, sugerindo que eles estão à procura de relacionamentos rápidos e sexo casual frequente”, disse o coautor Ryne Sherman, professor associado de psicologia na Faculdade de Ciências Charles E. Schmidt, da Universidade Atlântica da Flórida.
“Nossos dados mostram que esse não parece ser, de modo algum, o caso e que os Millennials não são mais promíscuos do que seus antecessores”, completou.
Mulheres jovens de hoje são cerca de duas vezes mais propensas a serem sexualmente inativas do que os homens, segundo a pesquisa.
O estudo também mostrou que menos jovens tiram carteira de motorista ou têm trabalhos remunerados, sugerindo que eles “estão crescendo mais lentamente do que os nascidos na década de 80”.
Medo de doenças. Outra pesquisa, divulgada no início deste ano pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), revelou que 41% dos estudantes do ensino médio disseram que nunca tinham tido relações sexuais, diante de 54% em 1991.
Sherman disse que as razões para essa mudança são complexas, mas que os fatores podem incluir mais educação sexual, uma maior consciência sobre as doenças sexualmente transmissíveis, acesso fácil à pornografia e, talvez, diferentes definições entre as gerações do que é o sexo – se este se refere a sexo oral ou coito, por exemplo.
De alguma forma, saber mais sobre sexo e poder vê-lo em vídeo não se traduziu em mais sexo real para os jovens de hoje. Segundo Sherman, o aumento do individualismo observado nos Millennials pode estar influenciando a maneira como eles sentem a pressão para adequar seu comportamento ao de outros jovens.
Mulheres
Ovulação desencadeou orgasmo
Miami. Um mistério tem intrigado cientistas há séculos: qual o papel do orgasmo feminino? No homem, o orgasmo está diretamente relacionado à transferência de esperma, mas nas mulheres o orgasmo não só não é necessário para a concepção, como também nem sempre ocorre na relação sexual. Por que, então, as mulheres experimentam essa sensação? Um grupo de pesquisadores nos EUA diz ter encontrado uma possível resposta. E o segredo estaria no desenvolvimento de uma função-chave: a ovulação.
Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Yale e do Hospital Infantil de Cincinnati sugere que o orgasmo feminino é um vestígio de nosso passado evolutivo, quando as fortes descargas de hormônios que acompanham o clímax eram necessárias para a mulher ovular.
Os cientistas se concentraram no estudo evolutivo, e em diferentes espécies, de um dos fenômenos que acompanham o orgasmo feminino: a forte liberação de hormônios como prolactina e oxitocina (veja mais no infográfico, ao final da matéria).
“Características homólogas em espécies tendem a ser muito difíceis de rastrear”, diz Mihaela Pavlicev, do Hospital Infantil de Cincinnati e coautora do estudo. “As fortes descargas hormonais caracterizam um dos aspectos do orgasmo feminino, e assim seguimos a pista evolutiva dessa característica em diferentes espécies”, diz ela.
Em muitos mamíferos, como gatos ou coelhos, essa descarga hormonal ocorre durante a relação sexual com o macho e é necessária para estimular a liberação de óvulos. Mas em seres humanos e em outros primatas, a ovulação é espontânea e independe da estimulação sexual. Os pesquisadores, então, observaram que a ovulação induzida apareceu antes da ovulação espontânea, que teria surgido há cerca de 75 milhões de anos.