Site de relacionamento para pessoas com mais de 60 anos cresce na quarentena

Especializada em conectar pessoas com entre 42 e 65 anos a novos parceiros e com mais de um milhão de perfis ativos no Brasil, a rede social Universo Sugar passou a registrar aumento de 15% no total de inscritos por dia de 19 a 31 de março. À época, já vigoravam, em diversas regiões do país, as medidas de isolamento social, recomendadas para a redução da velocidade de proliferação da Covid-19. Os novos membros são, em sua maioria, os sexagenários.

Além disso, os usuários passaram a ficar mais tempo na plataforma. Segundo levantamentos internos, foi registrado um aumento percentual de 23%, o que eleva para uma média diária de 35 minutos conectados.

Em parte, o crescimento da rede social pode ser explicado pela liberação do acesso, por 15 dias, para que pessoas com mais de 60 anos, de qualquer gênero, pudessem usufruir dos serviços de paquera online. A campanha se estendeu entre 19 e 31 de março, quando houve pico de audiências.

A maioria dos participantes possui de 42 a 65 anos de idade. As assinaturas custam entre R$ 79,90 e R$ 999,00.

"Os idosos e pacientes de doenças crônicas representam o público que causa maior preocupação com a pandemia da Covid-19. Por recomendação do Ministério da Saúde, grande parte dos brasileiros devem permanecer em suas casas. Contudo, ficar em casa isolado e evitar lugares públicos não são tarefas fáceis", avaliou a Universo Sugar, completando que, por isso, liberou as inscrições no período.

Plataforma de relacionamentos 'sugar'

A rede social se define como ideal para pessoas bem-sucedidas que queiram patrocinar o estilo de vida de seus parceiros e parceiras. Um espaço dedicado a quem busca um "relacionamento que seja claro e direto, baseando-se no investimento econômico de homens ou mulheres em troca de uma relação afetiva", completa a plataforma. 

Os chamados sugar daddy e sugar mommy são, conforme descrição do site, "pessoas maduras e bem-sucedidas, normalmente entre 42 e 65 anos de idade". Eles somam 11,3% dos usuários, sendo 95,7% heterossexuais. Já elas representam 0,7% dos inscritos, sendo 68,4% delas heterossexuais.

"Um nome novo para uma prática antiga"

Na opinião do psicólogo Marcelo Estrázulas, especialista em avaliação psicológica para porte de arma de fogo e membro da rede social, "relacionamento sugar é um nome glamouroso ou bonitinho que deram a uma forma de relacionamento antiga", pondera. 

Ele compara a modalidade à relação vivida por "nossos avôs com nossas avós, por nossos pais com nossas mães, por homens que abrem a asa em cima da mulher como forma de abarcá-la, de protegê-la, de cuidá-la e de dar suporte a ela", diz. "Eu mesmo, se fosse pai, gostaria que minha filha se relacionasse com um homem de um estrato social, intelectual e financeiro diferenciado... Obviamente, se essa escolha a fizesse feliz", garante.

"Nenhum pai sonha em ter uma filha para a mesma passar necessidades. E, sobre os sites com esse tema, eles cumprem seu papel e tentam ser uma ponte entre esses dois públicos", completa.