Esotérico

Vivemos dentro de uma matrix, mas ainda há uma saída

Entrevista com o escritor Jan Val Ellam


Publicado em 09 de maio de 2023 | 03:00
 
 
 
normal

Ele nasceu há 64 anos Rogério de Almeida Freitas, mas adotou o pseudônimo Jan Val Ellam para se blindar das críticas à sua mensagem que desconstrói o arcabouço cristão e remete ao entendimento de que romancearam a saga da humanidade. Sua fala é polêmica e traz uma perspectiva diferente para nossa origem e futuro.

 

O senhor tem mais de 50 livros publicados. Por que resolveu adotar o pseudônimo de Jan Val Ellam e qual sua origem? Por pura covardia moral de minha parte. Não queria aparecer. Tudo começou quando eu tinha entre 18 e 27 anos e durou até 1986, quando uma série de fatos me levou a perceber que eu estava sendo perseguido por forças que eu não sabia quais eram. Em 1986 comecei a frequentar reuniões espíritas, quando minha mediunidade se abriu, e, a partir de 1990, comecei a escrever. No início foram quatro dezenas de cadernos pequenos. Seis anos depois, eram mais de cem cadernos. Certo dia, uma senhora se aproximou de mim e disse ver papiros sobre minha cabeça e que alguns seres estavam dizendo que há uma década eles estavam transmitindo informações que eu estava guardando ao invés de divulgar. Não sabia que estava escrevendo livros, pensei serem apontamentos para mim. Não queria aparecer e não coloquei o meu nome, mas, certo dia, um ser bateu no meu ombro e disse: “Já que você decidiu ter pseudônimo, podemos propor um?”. E assim me tornei Jan Val Ellam, cuja sonoridade lembra Yahweh. Mas as pessoas me nomeiam de várias formas, desde “filho do demônio” até “enviado de Deus”. 

Quando começou seu processo de contato com esses seres? Em 1990, em um hotel em Brasília, quando pela primeira vez uma tela se abriu na minha frente e eles começaram a mostrar um filme enquanto alguém me envolvia energeticamente. Comecei a escrever, mas interferia na escrita. Raramente me deixei levar e pratiquei a psicografia. Não tinha noção de que seriam livros. Sou apenas um ser humano, mas tive que aprender a lidar com isso. Os espíritos que me acompanham disseram que até 2000 eu teria contato com seres extraterrestres. Em novembro de 1999, uma nave baixou na minha frente, e tive contato com eles pela primeira vez. Em janeiro de 2000 tive mais três contatos. Eles queriam que eu entrasse na nave, saísse com eles e depois retornasse. Recusei. Eles tinham a aparência de humanoides, altos, se apresentaram como anjos do Senhor, eram frios, sem qualquer emoção, pareciam robôs plastificados, mas de longe eram bonitos e não tinham diferenciação de gênero. Eles continuaram em contato comigo entre 2000 e 2004, e foi nesse período que eu percebi como o jogo deles é pesado e sujo. Eles me disseram: “Você tem uma missão que não está querendo cumprir”. Respondi que tudo o que teriam de mim seria a publicação dos livros. 

O senhor se considera um ateu? Não sou um homem de fé, não acredito em nada e não gosto de convencer ninguém de coisa nenhuma. Não sou negacionista e não lido com isso de acreditar ou não, lido com fatos, mas um ateu não vê espíritos. 

Como foi seu relacionamento com esses seres? Certo dia se aproximaram e disseram que eu precisava anunciar que Jesus iria retornar em determinada data. Não Jesus, mas o Cristo Cósmico. Recusei, disse que não faria o que me pediam, mas sem querer contei a alguns amigos. E Cristo não apareceu. Quando os indaguei, eles disseram que eu não tinha me equivocado sobre a data nem eles, mas que uma briga ocorreu ente os arcontes (seres extrafísicos, “donos das moradas” do universo vizinho), e a minha vida desandou. “Sou aquele que escolheu Adão, fez pacto com Isaac e Noé, e você vai fazer um pacto comigo. Você é meu filho enviado”. Disse ainda que eu tinha que fundar uma nova religião. Fiquei olhando para aquela coisa e disse: “Não quero nada com você e não vou me ajoelhar para você. Se há algo que eu puder fazer para você, eu faço”. E comecei a escrever. Javé não suportou aquela insubordinação e vibrou furiosamente sobre meu corpo, assim como ordenou a satã que fizesse com Jó. Comecei a adoecer. Tenho profunda pena deles, pois quando a camuflagem começou a cair, eu percebi que eles são dementes e o quano sofrem e são podres. Javé queria que eu usasse a minha racionalidade para compreender o estado dele. Entendi que por trás de cada par de olhos humanos está o código desses seres, que é o genoma de cada um de nós tentando entender a besteira eu houve lá atrás e a vida como ela é.

O que seria a revelação cósmica? É uma desconstrução das falsas contradições e certezas que até hoje todas as gerações humanas foram condicionadas a colecionar como verdades sagradas.

Quais as fontes do seu conhecimento e de seus livros? São inúmeras fontes. Quando vou escrever um livro, vários espíritos estão ao meu redor, inclusive de diversos seres do universo vizinho, onde vive Javé. Há um grupo de espíritos que trabalha comigo para me ajudar a receber e a lidar com toda essa situação.

Quem é Javé? É um ser extrafísico de um universo vizinho. Javé é um “eu” reconstruído de um ser caído dentro de sua própria alma. Alguém que criou algo, caiu dentro desse algo e se espatifou, apodreceu. Precisamos compreender que durante 47 mil anos o conhecimento que era acessível para a lógica dos humanos foi sendo racionalizado e, hoje, o chamamos estupidamente de “mitologia”. O nome “Deus” nunca existiu. Ele surgiu com os trácios (povo hindu-europeu que habitava a Trácia, Bulgária, Romênia, Moldávia, nordeste da Grécia, Turquia, leste da Sérvia e partes da Macedônia) há cerca de 4.000 anos. Antes disso, ele era chamado de “entes criadores”. As religiões cancelaram as versões mitológicas, chamando-as de mentiras. Somente muito depois surgiram a filosofia e a ciência. O que existe em nossas cabeças é uma lavagem cerebral consequência desse processo religioso. O modo como olhamos para o passado, presente e futuro é absolutamente infantilizado. Javé é o responsável por todo esse processo de infantilização de um ser humano que ele não queria que funcionasse ao modo de Eva e Adão após a destruição do Éden, que não é uma metáfora. Javé é um ser caído que se passa por Deus para toda a humanidade, e somos reféns disso. 

 Essa dominação foi deflagrada pelas religiões? Exatamente. Temos 2 bilhões de cristãos, 2 bilhões de islâmicos, que acreditam piamente nesse ser a que chamam de Alá, e 2 bilhões ou 3 bilhões de hinduístas que acreditam nele com os nomes de Brahma, Vishnu e Shiva. Quase toda a humanidade é refém do que esse ser fez. Javé, mitologicamente, é o ser que algumas pessoas acreditam ingenuamente ser Deus há mais de 40 mil anos. No entanto, outras pessoas, quando leem a Bíblia, pensam: “Esse ser aqui não pode existir. Como alguém diz para um pai (Abraão) matar seu filho?” Mas aí vem a explicação teológica: Javé é tão bonzinho que, na hora em que Abraão ia matar o filho, ele mandou um anjo segurar sua mão. Você quer uma corrupção maior do que um pai matar um filho a mando de alguém? Abraão se corrompeu naquela hora. A mutação do seu DNA já estava pronta. Era o que esse ser queria, mas o chamamos de herói. E como explicar que uma criança de 15 anos aparece grávida sem ter transado com alguém? Isso é uma violência, um crime sem tamanho. Javé não é mau, é doente, é um ser podre. Isso é muito sério. 

Há alguma evidência disso? Hoje a ciência já explica isso claramente. O zigoto do óvulo fecundado se transforma em embrião. De 28.869 genes que ele trouxe, 26 mil são do seu pai e da sua mãe. O humano para quem foi dado esse corpo e o “eu” que emerge dessa criança se autoidentificaram com esse “eu”. Mas ainda restam 2.000 genes que, quando alterados pelo indivíduo, se tornam o epigenoma. É aí que se encontra a brecha para o ser humano evoluir. O bem existe e, por mais imperfeitos que sejamos, vale a pena ligar sua mente ao bem e reconstruir o epigenoma de forma que transcenda totalmente a carga hereditária podre recebida desse ser. Buda falou que o ser humano deve ter uma doutrina de vida que se distancie dos extremos de certezas absurdas, que o obrigue a criar um caminho só seu (caminho do meio), e que, se praticarmos essa caminhada sem apegos, atingiremos o nirvana. Este é um estado de consciência em que a pulsação sai de dois cérebros: um com 100 bilhões de neurônios e o outro, localizado no coração, com 40 mil células independentes. O cérebro pode enganar alguém, mas a pulsação do coração não mente. Quando o ser humano alinhar seus dois potenciais, a linguagem do cérebro, que são os pensamentos, e a linguagem do coração, que é a emoção, ele vai produzir o epigenoma, a parte além do genoma criado por Javé. O ser humano pode se emancipar em relação a isso. 

É sobre isso que o senhor fala no livro “Fator Divino”? Sim. O ser humano não pode se libertar disso, pois o espírito de cada um de nós está fazendo um favor divino a esse ser caído no sentido de inocular-se com seu código podre. Buscamos a cura e, quando nos curamos, promovemos mutações nesse genoma e devolvemos a resolução do problema ao Criador.

O que seria o quarto cérebro? É a superconsciência a partir do “eu” humano. As religiões disseram que o “eu” humano é pecador, filho do demônio. O “eu” sempre foi condicionado a se submeter às autoridades para conseguir a salvação. É a melhor maneira de controlar e manipular as pessoas. Só que esse sistema faliu e estamos sendo invadidos por vírus que está pirando todos nós. Nosso “eu” humano tem que lutar por si mesmo. Se você todo dia pensa as mesmas coisas, você cria mulheres de “RNAs” que vão armazenar aquela mensagem e marcá-la em seu genoma. Com isso o RNA fica acomodado. Quando você tem um pensamento diferente, suas células se enchem de um novo RNA mensageiro e, se pensar naquilo diariamente, vai produzir mutação no seu genoma e conseguir o que quer.

Afinal, quem somos? Somos a podridão de Javé se refazendo. Isso acontece com todas as espécies, mas a humana conseguiu evoluir. Os seres extraterrestres contemplam nossa condição humana porque somos os únicos capazes de ir além. Damos conta do código recebido e ainda conseguimos sorrir da desgraça e fazer poesia. Conseguimos amar uns aos outros e dar a vida por quem amamos e até por quem não conhecemos. Nós, humanos, somos os únicos seres que trazemos em nós tudo o que não presta e, ainda assim, estamos construindo algo que presta. A ciência já disse que o ser humano é aquilo que ele quiser ser desde que construa seu epigenoma. 

E como fazer isso? Criando novas mutações genéticas e novas proteínas, porque, no final, o que nos define são as proteínas que estão em nossas células. São elas que definem não apenas nosso corpo, mas nosso psiquismo. A emergência de um novo ser humano é uma necessidade inescapável e inevitável do próprio progresso, não só do experimento humano, mas também de quem está por trás dele e sempre tentou nos manipular. Nós vivemos dentro de uma matrix, a ciência já sabe que isso é uma realidade simulada, mas nós, humanos, não acreditamos. Somos escravos dessa realidade. Somos cobaias. 

 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!