A temporada Minas S/A Gestão & Marca tem hoje o oitavo episódio com Carlos Henrique Martins Teixeira, presidente do Minas Tênis Clube, em todas as plataformas de O TEMPO.

Carlos Henrique conta que é faixa preta em judô, ex-atleta minastenista da modalidade, advogado, e assumiu a presidência do clube no mandato de 2023 a 2025. 

Fundado em 1935, o Minas vai fazer 90 anos em 2025. Com quatro unidades – Minas I, Minas II e o Minas Country, em Belo Horizonte; e o Minas Náutico, em Nova Lima – o clube registrou 3,7 milhões de acessos às unidades em 2023.

Carlos Henrique observa também uma valorização cada vez maior da cota do clube no mercado.

“No começo da (minha) gestão tínhamos um preço de cota de mercado – não é o Minas que fixa esse preço – de R$ 36 mil. Hoje esse preço já está em R$ 100 mil. Isso aconteceu nos dois últimos anos”, calcula o presidente do clube.

A seguir, a entrevista de Carlos Henrique na íntegra:

HL: Você foi lutador de judô, faixa preta no judô, até os 23 anos viveu disso e agora é advogado. Como foi essa sua trajetória até chegar à Presidência do Minas? 
 
CH: Helenice, eu comecei no judô no colégio, comecei lá no colégio Zilah Frota e eu tinha um professor que era o Cicinho, que ele era aqui do Minas Tênis Clube, um associado, e o Cicinho foi um amigo da vida toda, porque ele já é uma pessoa falecida, e então o Cicinho me trouxe para treinar, ajudou aqui no Minas, eu era sócio e ingressei aqui no Minas, fui aluno aqui do Murilo, que hoje é da Mesa, foi vice-presidente do Minas e é da Mesa Diretora do Conselho, fui aluno do professor Wilson, que é um grande mestre do judô da nossa geração, e segui no judô até os 23 anos. Conquistei vários títulos, fiz muitos amigos, porque na época do nosso judô aqui todos éramos daqui de Belo Horizonte. Hoje, o judô tem bastante atletas de fora, o que é ótimo também, que é a seleção do Brasil todo, todos os atletas querem estar aqui no Minas e ter o treinamento do Minas. 
 
HL: É referência. 
 
CH: É referência. E daí, com 23 anos, eu iniciei a vida profissional, tive que abandonar os tatames.  
 
HL: Porque a pessoa tem que se dedicar, é muito pesado a rotina de um profissional do esporte, não é, Carlos Henrique? 
 
CH: Olha, quem quer ser bom no que faz tem que se dedicar, Helenice. Então, um atleta, seja ele do judô, da natação, do vôlei, qualquer que seja a modalidade, se ele quer ser um expoente da modalidade, ele tem que se dedicar, e nisso é onde o esporte se aproxima da vida. Na vida, também se queremos ser bons profissionais temos que ser intensos. 
 
HL: Tem que ser e temos que fazer escolhas o tempo inteiro. E aí você fez a escolha de ir para uma carreira jurídica. Foi difícil essa escolha, fazer essa migração? 
 
CH: Helenice, deixar o esporte é sempre difícil, mas a gente tem que fazer as escolhas e no momento certo. Eu comecei na vida profissional, eu fui da Price, que também posso dizer que é uma escola maravilhosa, fica aqui as nossas homenagens à Pricewaterhouse, um lugar que aprendi demais. A Price tinha toda uma conduta de disciplina, então para mim não foi difícil, eu do judô e fui para disciplina de uma organização profissional que também tinha essa característica. 
 
HL: Da disciplina do tatame e até chegar a faixa preta não é fácil, né, é muita queda no tatame para atingir esse patamar máximo? 
 
CH: E as faixas no judô, tem o fundamento das faixas, é uma evolução. À medida que elas vão escurecendo… você começa branca, azul, amarela, verde, roxa, marrom e preta. Isso simboliza o amadurecimento como atleta e como pessoa, porque quando você chega a faixa preta é uma evolução enquanto pessoa, e daí não é só bônus, você também tem as responsabilidades de ser um faixa preta. 
 
HL: Por exemplo? 
 
CH: Você passa a ser um exemplo para aqueles menos graduados, então você tem que se comportar bem nos treinos. 
 
HL: Não pode chegar lá tendo ficado na boate a madrugada inteira, como a gente vê alguns jogadores aí fazendo, né. (risos) Você tem que dar um exemplo de lisura mesmo em tudo, ética… 
 
CH: Sim. Você tem que dar o exemplo, porque no judô tem é uma hierarquia das faixas e ela pressupõe um respeito daquele que é mais graduado, ele está dando um exemplo para o menos graduado e ele tem que ser respeitado por isso, e implica também que por ele ter evoluído como judoca, ele tem uma técnica melhor. Então, acontece, mas não fica bem para um faixa preta ser derrotado por um menos graduado.

HL: Mas isso acontece? 
 
CH: Acontece. Como você falou, se ele sair, for para a noite e chegar no dia seguinte para treinar, provavelmente ele será derrotado, daí a responsabilidade dele de manter como se fosse essa liturgia na faixa preta dele. 
 
HL: O cargo, e essa liderança também que ele tem, disciplina é tudo, né. E isso, também, na gestão de uma empresa como o Minas, no decorrer da carreira também de advogado, o esporte ajudou muito? Ele já te colocou lá na frente? 
 
CH: Ajuda muito, Helenice, no esporte você tem que controlar suas ansiedades e na vida profissional todos nós temos que controlar as nossas ansiedades, e o judô, com esses princípios, digo especificamente do judô que foi um esporte que eu pratiquei com intensidade, então os princípios do respeito, o princípio do autocontrole, e o judô tem uma palavra que é do criador do judô que sintetiza muito isso. O judô foi criado, o princípio dele é ceder para vencer, então, como você fez esse comparativo tanto no esporte como na vida, a gente tem que ceder para vencer, e esse princípio foi baseado no seguinte: no Japão tinham aquelas tempestades terríveis que arrancavam todas as árvores, é furacão, tsunami, e aquelas árvores que eram rígidas eram arrancadas pela força do vento, mas aquelas árvores como o Salgueiro, que era uma árvore flexível, ela se dobrava e depois que passava a tempestade voltava a seu prumo natural. 
 
HL: Gente, que ensinamento poderosíssimo para a vida. É flexibilizar agora enxergando lá na frente, é um plano plurianual. Olha, eu vou ceder aqui, mas eu vou ter um ganho lá na frente.  
 
CH: Isso é muito propício, eu acredito, até no momento em que a sociedade está vivendo, né, Helenice. Nós termos flexibilidade e humanidade para respeitarmos uns aos outros, acho que esse ceder para vencer talvez fique aí como uma lição positiva. 
 
HL: Vamos falar um pouquinho do clube, Carlos Henrique. Como foi a sua trajetória até chegar à presidência do Minas Tênis Clube? Às vezes as pessoas acham que você foi eleito e tudo, mas tem toda uma jornada de cargos, de ações, de pensar o clube bem antes de virar presidente. Há quanto tempo você está aqui, faz parte da diretoria? 
 
CH: Helenice, eu sou um colaborador, um voluntário do clube há 20 anos. Eu ingressei e é muito importante a pessoa ter uma contribuição ao chegar à presidência do clube, porque é preciso conhecer a essência do que é a instituição Minas. 
 
HL: O que é a essência da instituição Minas Tênis Clube? 
 
CH: A essência da instituição Minas é conhecer os sócios, é conversar com os sócios, conhecer os colaboradores, é entrosar bem com os patrocinadores do clube e gostar do que o Minas faz. O Minas tem uma essência dele do esporte, a essência dele da educação, a essência dele da cultura e a essência dele do lazer 
 
HL: Ou seja, são vários pilares e todos eles têm que estar bem equilibrados, né? 
 
CH: São vários pilares. Eles têm que estar equilibrados trabalhando juntos na harmonia. Então, por exemplo, um evento do esporte tem que abranger a área de educação, porque uma das missões do Minas é educar pelo esporte, mas também porque não abranger a cultura, sendo que a cultura traz essa característica de suavizar as coisas? Uma boa música das sete artes. 
 
HL: Está tudo interligado. 
 
CH: Tudo interligado. Então, tudo isso propiciando o lazer para o sócio. 
 
HL: E, assim, faz parte da sociedade ter essa integração total dessas coisas, não é só o esporte, não é só… a gente tem aqui no Minas, eu frequento aqui há muitos anos, acho uma delícia, porque tem várias opções, né, você quer ir ao restaurante, você vai, você fica lá no varandão olhando as piscinas e é um clima tão gostoso, tão harmonioso, todo mundo está bem, se sente bem no clube, né? 
 
CH: Sim, e é importante o entrosamento dos sócios com os colaboradores do clube, os sócios adoram os colaboradores e vice-versa. Então, aqui no Minas nós premiamos todo ano os colaboradores que completam mais de 30 anos, 35 anos de serviço ao clube e todo ano eles recebem uma comenda do clube, que é um escudo de ouro, então isso mostra a valorização dos colaboradores e o clima de bem-estar. Uma sexta-feira aqui, Helenice, uma sexta-feira passada, foi impressionante, nós tivemos aqui um happy hour com os sócios na piscina se divertindo, escutando uma boa música, 6 mil sócios entraram no clube. No teatro nós tínhamos um evento que estava lotado, de 60 anos do nosso coral e eu estava lá abraçando todos os coralistas por essa data importante, dos 60 anos, e o teatro lotado numa apresentação maravilhosa. 
 
HL: E é uma acústica maravilhosa, a gente se sente superconfortável, já vim aqui em apresentações, a debates, e tem uma visão do palco, é muito bem cuidado, então é uma coisa para a cidade, é um patrimônio da cidade, acho até que já saiu dos muros do Minas, né? 
 
CH: Ah, sim, toda a área cultural do Minas, é uma área que o Minas compartilha com a sociedade de Belo Horizonte, porque inclusive a cancela do clube é depois, então todos podem desfrutar do café, dos cinemas, toda a sociedade de Belo Horizonte. Temos uma biblioteca, sabe quantos livros a biblioteca empresta por mês? 
 
HL: Não. 
 
CH: Eu acredito que você não vai estar preparada para esse número. 
 
HL: É, nesses tempos digitais, eu nem sabia que o pessoal ainda pegava livro emprestado (risos). 
 
CH: São 6 mil livros, Helenice. 
 
HL: Isso tudo por mês? Qual é o acervo da biblioteca? 
 
CH: São 11 mil 628 livros, é um número bem expressivo. Essa demanda de 6 mil livros no ano passado estava em torno de 3 mil livros, e hoje eu recebi um relatório que está em torno de 6 mil livros, fiquei, como se diz, impressionado e muito satisfeito de ver como toda a sociedade minastenista e a sociedade de Belo Horizonte tem esse apreço pela leitura. 
 
HL: Consegue ler, continuar tendo acesso a um livro, quer pegar um livro, manusear um livro. 
 
CH: E como você diz, às vezes a gente acha que o jovem quer ler pelo computador, pelo Kindle, mas o livro, aquele manuseio do livro, a importância que isso ainda tem, sem contar vários dos nossos sócios que são escritores, são literários, e brevemente nós lançaremos aqui, talvez não com esse nome, mas já está sendo planejado aí, mas a ideia é assim, uma academia minastenista. 
 
HL: Merece. Tipo uma Academia Mineira de Letras, mas uma Academia Minastenista de Literatura. 
 
CH: Para incentivar os minastenistas a cada vez mais escreverem e fazer os lançamentos aqui no clube, nos espaços aqui. 
 
HL: E o relacionamento, quer dizer, todos nós estamos envelhecendo, todos nós vamos precisar cada vez mais dessa sociabilização, digamos assim, então se o clube cria esse ambiente propício a isso, é mais uma opção na cidade, não é, Carlos Henrique? 
 
CH: Ah sim, é mais uma opção de literatura. E as outras opções que eu lhe dizia, que é a Galeria de Arte, o Centro de Memória, e brevemente, Helenice, nós teremos a Casa Rosada. 
 
HL: O que é a Casa Rosada? 
 
CH: A Casa Rosada é aqui em frente ao Minas, na rua da Bahia (em Belo Horizonte), a casa que tem aqui. Ela tem esse nome carinhoso de Casa Rosada pela cor que possui, e ela foi cedida pelo patrimônio público municipal ao Minas, e o Minas fará dela, para todo o deleite de toda a população de Belo Horizonte, um Centro Cultural. Bom, você já é nossa convidada e vai se deliciar, porque terá também algo de gastronomia, né, uma exposição de caráter mais duradouro, e essa exposição contará a história de Belo Horizonte através dos arquitetos que fizeram a cidade, e que conversa com a história do Minas, porque os prédios do Minas tombados também foram planejados por esses mesmos arquitetos. 
 
HL: Nossa! Quer dizer, devolver para a sociedade tudo que o Minas teve ao longo desses 90 anos e até fazendo parte desse circuito da Praça da Liberdade, que a gente está aqui perto. Então é preservar a memória da cidade, né? 
 
CH: É verdade, isso é preservar e você colocou bem, seguindo o corredor cultural da Praça da Liberdade nós queremos que um marco importante desse corredor cultural seja aqui na rua da Bahia, o Minas como clube da rua da Bahia trazendo a cultura até os nossos portões. 
 
HL: Carlos Henrique, vamos falar um pouquinho sobre as unidades do Minas Tênis Clube. São 4 unidades, eu fiquei muito interessada em saber esse impacto das pessoas, do acesso - 3 milhões e 700 mil acessos em 2023, como isso funciona? Para manter essa excelência no atendimento, tudo sempre funcionando muito bem, é difícil fazer essa governança toda desse jeito? 
 
CH: Helenice, não é fácil. São 4 unidades incluindo o Minas Náutico, e aqui nas 3 unidades em Belo Horizonte, que é o Minas I, o Minas II e o Minas Country, o Minas I é o clube mais frequentado. Então, aqui são aproximadamente 20 mil alunos nos cursos de formação esportiva, é um número bem expressivo. E esses alunos, é importante dizer, eles fazem aqui dentro do clube, tem a disposição deles, acompanhamento escolar, então enquanto eles estão nas atividades esportivas, eles podem fazer os deveres aqui dentro, as lições da escola formal aqui dentro e isso traz uma frequência bem grande, aqui no Minas I é onde funciona com mais intensidade as escolas de formação esportiva. 
 
HL: Ou seja, é uma escolinha de atletas que eles têm acesso a tudo desde o início da preparação, com todo um atendimento do Minas? 
 
CH: É, nós temos a partir dos 3 anos o curso básico, e o curso básico é uma especialidade no Minas, a partir de 3 anos as crianças entram no curso básico, e ele tem uma característica lúdica, e as crianças desenvolvem lateralidade e todas as habilidades que vão servir para todas as modalidades, e aos 12 anos, quando eles se formam no curso básico, eles recebem uma indicação de qual modalidade eles têm mais habilidade. Isso é uma especialidade do Minas e esse curso básico já tem mais de 30 anos, então você, veja que já passou, como se diz, o período de teste já se encerrou, ele é muito assertivo. 
 
HL: E o Minas sabe direitinho, né, “esse menino vai dar para ser esse tipo de atleta, esse tem que trabalhar mais essa deficiência, esse aqui é na nutrição, esse aqui é na performance”, já tem mais do que comprovado por todos os tipos de alunos que já passaram aqui pelo Minas, né? 
 
CH: E isso é algo que a gente diz aqui no Minas, nós temos uma ciência do esporte, nós temos aqui um Departamento de Ciência do Esporte que faz isso de modo científico, sistematizado, e é por isso que o Minas é um celeiro de formação de atletas. Você vê nas modalidades, em quase todas as modalidades… 
 
HL: São 9 modalidades, né, que o Minas tem? 
 
CH: São 9 modalidades. E vários dos atletas Olímpicos ou eles tiveram formação aqui no Minas, ou passaram aqui em algum momento da sua vida como atleta, e isso com muito orgulho para nós. Nós percebemos que o Minas faz parte desse movimento olímpico e, principalmente, formando cidadãos. 
 
HL: Cidadãos do bem e atletas de alta performance. Nessas Olimpíadas agora, na França, foram duas medalhas que o Minas contribuiu, né, teve atleta do Minas que voltou para cá com medalha, não é? 
 
CH: É, e é um feito extraordinário se nós pensarmos, assim, o que envolve a preparação de um atleta desse que vai para a Olimpíada. Então, nós tivemos a Thaisa (Daher) e tivemos o Guilherme Schimidt. 
 
HL: (risos) Mantendo a tradição, né, Carlos Henrique. 
 
CH: E a Thaisa, uma grande ídola de todos nós, do país, essa atleta premiada que é a Thaisa, que esteve lá e conseguiu a medalha de bronze 
 
HL: Às vezes as pessoas acham, assim, naqueles segundos ali, mas todo preparo que tem para trás, toda uma vida dedicada, todo o investimento também que é alto, a gente precisa ter uma equipe enorme que a gente sabe, é nutrição, é professor, é tudo, né, é um investimento muito alto assim? Você fala em números no que precisa para um atleta chegar nesse nível de excelência, Carlos Henrique? 
 
CH: Nós conseguiríamos fazer todos os levantamentos para falar assim “olha, esse atleta aqui da formação dele até se tornar um atleta de ponta custou tanto”. E você veja a dificuldade disso, que quando o atleta é campeão nós temos que agradecer e lembrar de muita gente, como você diz, nós temos que lembrar da pessoa que varre a quadra, que cuida da quadra, do roupeiro que zela pelo uniforme desses atletas.  
 
HL: É uma equipe multidisciplinar. 
 
CH: É. Da nutricionista, da pessoa do refeitório, do preparador físico, do técnico, do marketing, da comunicação, é bem complexo tudo que envolve esse universo para formar um atleta olímpico. 
 
HL: Ou seja, os mais de mil funcionários aí do Minas, né. 
 
CH: Todos tem colaboração, por isso que quando conquista a glória olímpica, a gente pode dizer que realmente é a glória olímpica, né, porque é algo bem expressivo, é uma glória mesmo. 
 
HL: E aí, falando de time, são mais de mil e 100 funcionários. Essa liderança, ter time, faz muita diferença, não é? 
 
CH: Ah sim, eu uso aqui uma frase que é o seguinte, que se aplica tanto ao time executivo quanto aos times esportivos coletivos, “quando nós nos organizamos coletivamente, nós melhoramos também individualmente”. A organização coletiva de uma entidade, aqui são mil e 200 funcionários e tudo que gira em torno disso, os patrocinadores, aquelas pessoas que são parceiras, que são concessionários aqui dentro, tudo que gira ao redor disso, então toda essa organização coletiva não é fácil, mas eu posso dizer que o Minas tem uma expertise muito grande em gestão e isso é um segredo do nosso sucesso, uma eficiência na gestão, senão nós não conseguiríamos fazer tantas entregas.  
 
HL: É um desafio, né. 
 
CH: É um desafio. 
 
HL: E são entregas complexas, grandes, que envolvem vários aspectos do clube. 
 
CH: Envolve os aspectos individuais de cada área, os aspectos organizacionais da área. Por exemplo, as equipes do esporte, os executivos do esporte têm que interagir com os executivos das outras áreas, da cultura, da educação, do marketing, da comunicação. 
 
HL: Tem que ter a visão global da empresa, do macro. 
 
CH: E nós como diretoria, que cuidamos da estratégia do clube, nós planejamos a estratégia macro, os rumos que o clube vai seguir. 
 
HL: Carlos Henrique, o Minas Tênis faz projetos sociais, tem essa participação com projetos sociais para trazer os atletas para o Minas? 
 
CH: Tem, Helenice, tem o projeto com a CUFA (Central Única das Favelas), temos também projetos desenvolvidos em Itabirito/MG e Ouro Branco/MG junto com a Gerdau, aliás a Gerdau, tenho que falar, essa empresa fantástica, ela investe aqui no Minas não só recurso, mas uma energia muito positiva que propicia o desenvolvimento esportivo pleno, então a Gerdau patrocina o time de vôlei feminino, que é esse time campeoníssimo, com tantos atletas de qualidade, e lá em Itabirito e Ouro Branco nos projetos sociais já têm crianças formadas lá que já estão praticando aqui dentro da estrutura do Minas e que certamente serão atletas de ponta aí brevemente, ou seja, é um patrocínio muito humanizado, podemos dizer assim. 
 
HL: Como funciona esse patrocínio? É uma empresa produtora de aço que está patrocinando o esporte, como funciona essa sinergia? 
 
CH: Bom, esse é o patrocínio de aço, você falou do aço, então é o patrocínio de aço realmente. Essa sinergia funciona assim: as empresas reconhecem na marca Minas Tênis Clube um parceiro de qualidade, onde elas podem investir recursos, que esses recursos serão bem geridos para a sociedade, agregando valor da sociedade, então eles investem os recursos aqui patrocinando os times competitivos e investem recursos também através das leis de incentivo ao esporte, a lei de incentivo federal do imposto de renda que são projetos que o Minas faz. Aliás, o Minas tem um departamento aqui que cuida desses projetos e incentivados, então é através desses projetos que são colocados nessas cidades, Ouro Branco e Itabirito, os projetos sociais para que as crianças que não são sócios do Minas, são das cidades respectivas, elas possam praticar esporte com toda tecnologia, com toda sistemática do Minas 
 
HL: É a inclusão social mesmo, não é um clube para poucos, tem essa participação. O patrocínio é essencial num clube como o Minas Tênis, com todo esse cipoal de ações? 
 
CH: Ah, é essencial, porque aqui as fontes de receita são a contribuição dos sócios e os negócios que o Minas faz dentro da atividade dele, que são as atividades próprias do clube, tudo isso que o Minas, no desenvolvimento da atividade dele, faz. Agora, para manter times competitivos com atletas de ponta e expressivos, de alta performance, aí nós precisamos de toda a sociedade 
 
HL: E, assim, para gerir o clube em um orçamento desses que têm de receitas, despesas, custos, tudo é uma questão que demanda muito investimento, né. Vocês têm que fazer investimento todo ano nas unidades? 
 
CH: Temos sim. Essa unidade aqui que nós estamos, que é o Minas I, ela já tem um coeficiente de construção pleno, aqui nós não podemos construir mais, então a finalidade aqui é tornar esses ambientes cada vez melhores para o sócio, então nós queremos fazer mais áreas de convivência, melhorar o que nós temos tornando os espaços cada vez mais aconchegantes para o sócio e para todos que aqui vêm, e no Minas II nós vamos construir um Plano Diretor. O Minas II é a última unidade que foi feita, então lá nós vamos fazer um Plano Diretor modernizando o clube, até porque nós temos filas de espera e para atender essas filas de espera nós precisamos criar mais espaços para as escolas de formação esportiva.  
 
HL: A fila de espera é de quê? É de cotista, gente querendo entrar no clube ou de atleta? 
 
CH: Você colocou bem, nós temos duas filas de espera. Uma fila de espera de pessoas querendo entrar nos cursos que o Minas oferece, nos cursos de formação esportiva e academia também, academia que é muito bem avaliada, e temos também, não propriamente assim uma fila de espera do clube, porque o clube não tem mais cota para vender, as cotas estão no mercado, mas quando você abre os jornais, Helenice, a informação que a gente tem é que os anúncios estão assim “compro cota do Minas”. 
 
HL: Ou seja, tem uma demanda maior que a oferta. Não tem mais cota para vender, são 83 mil associados, e as pessoas querem entrar no Minas de qualquer maneira. 
 
CH: Sim. Há uma demanda por vir e fazer parte dessa associação que é o Minas Tênis Clube, e com isso o valor da marca Minas tem uma valorização muito grande. No começo da gestão nós tínhamos um preço de cota de mercado, não é o Minas que fixa esse preço, esse é um reconhecimento do mercado, então nós tínhamos um preço de cota de R$ 36 mil no mercado, hoje esse preço já está em R$ 100 mil. 
 
HL: Nossa, isso tudo que valorizou em pouco tempo, né? 
 
CH: Em 2 anos teve essa valorização. 
 
HL: Ou seja, isso é porque as pessoas, é aquela propaganda boca a boca, é a marca que é muito forte, do Minas Tênis Clube, 90 anos quase, e as pessoas querem e estão dispostas a pagar R$ 100 mil pela cota
 
CH: As pessoas querem ter o lazer igual a esse happy hour de sexta-feira e tantos outros shows, aniversário do Minas, as pessoas querem estar aqui, colocar seus filhos nos cursos de formação esportiva e iniciando pelo curso básico, as pessoas que estão aqui querem torcer pelo Minas, as pessoas estão aqui querem ir nos eventos de cultura, querem ir no teatro curtir uma boa peça, querem frequentar a galeria de arte, embora o não sócio e o sócio também possam frequentar, mas o sócio tem muito orgulho, querem fazer parte do coral. Aqui a gente diz que é o seguinte, que o Minas são vários grupos, nós temos aqui o grupo dos petequeiros, o grupo da sinuca, o grupo do vôlei master, o grupo dos veteranos de basquete, o grupo dos tenistas e outros aí que eu posso estar deixando de dizer, e eu digo o seguinte, são esses vários grupos que compõem a família minastenista. 
 
HL: Agora, você falou aí que a cota chega a custar R$ 100 mil, quer dizer, a tendência é só ir valorizando cada vez mais, porque a não ser que o Minas Tênis abra novos para novos cotistas. Isso não está nos planos do Minas Tênis Clube? 
 
CH: Não queremos abrir. O nosso plano é propiciar cada vez mais serviço de qualidade e melhorar cada vez mais as instalações, então acredito que dentro desse plano, a cota… bom, não sou o vendedor de cota, mas tenho orgulho de que essa cota vai se valorizar cada vez mais, é a tendência, né. 
 
HL: É a tendência. Agora, nesse plano plurianual, Carlos Henrique, vocês têm, por exemplo, você falou que tem que fazer esse Plano Diretor para o Minas II, na dotação orçamentária tem um valor que o clube divulga que tem esse investimento ou não, não tem ainda definido esse valor total? 
 
CH: Esse Plano Diretor, como é desde o início da gestão, nós adotamos uma estratégia de ter uma escuta ativa bem intensa, escutar as pessoas, temos que escutar as pessoas. E a gente vê que agregando opiniões divergentes ou complementares, isso tudo cria um processo de fazer sempre o que se propõe melhor. Então, através da escuta ativa, o sócio nos trouxe a demanda de fazer um Plano Diretor no Minas II, ou seja, melhorar os equipamentos que lá estão, e o Minas adota algo que faz o Minas referência em gestão, é que mesmo sendo uma associação, não ter assim uma obrigatoriedade legal, o Minas adota todas as práticas corporativas como se fosse uma S.A., uma empresa de capital fechado. Cria uma governança, uma transparência, uma governança muito positivas. 
 
HL: Então publica o resultado financeiro, a movimentação do clube a cada quanto tempo? É igual na bolsa, com empresa de capital aberto, de 3 em 3 meses? 
 
CH: Nós publicamos semestralmente, como as empresas S.A., então nós publicamos os nossos balanços para estar acessível a toda sociedade, nós temos um conselho composto de 350 conselheiros, sendo desses, 150 conselheiros natos compostos de pessoas que fazem parte da sociedade minastenista, e entendemos que prestar contas é uma obrigação, isso não é questão de desconfiança, e discutir essas contas como prestadas é um dever de todo gestor. Então, nós prestamos contas de 6 em 6 meses para esse conselho e fazemos, no início do ano, o orçamento anual que contempla todos os investimentos a partir da escuta das áreas onde nós vamos direcionar os investimentos, por isso a assertividade do Minas ao direcionar os investimentos, porque nossos recursos, como todos os recursos, são finitos, então nós temos que ser assertivos nessa colocação dele para gerar índices de satisfação como os que nós temos aqui no Minas. Os índices de satisfação aqui giram em torno de 98%. 
 
HL: Então está aprovada a administração. (risos) E esse recurso que você falou, ele vem basicamente do quê? Dos patrocinadores, do pagamento de condomínio dos associados, cotistas… 
 
CH: Sim, tudo que gira no nosso orçamento vem das receitas condominiais, dos nossos patrocinadores, dos alugueis que o Minas gere e dos projetos incentivados, porque é uma determinação legal, né, que o esporte de base também seja patrocinado pelo estado, então uma parte das receitas de loteria é destinada a uma entidade chamada CBC, Comitê Brasileiro de Clubes, e o CBC repassa para os clubes mediante projetos e editais, então o Minas capta esses recursos e presta contas deles, que são avaliados pelo Tribunal de Contas da União, e o Minas tem a satisfação das contas serem sempre aprovadas, na escola diria que foi aprovado com louvor. 
 
HL: Agora, tem um outro patrocinador que eu vejo também do Centro Cultural que é a Unimed-BH, também já há 10 anos que tem esse trabalho. Isso é muito importante também, não é, é uma espécie de naming rights. O Minas vai querer fazer isso cada vez mais? 
 
CH: Sim, Helenice, você tocou num ponto que eu acho que é essencial para a cidade, inclusive me permito dizer aqui que eu acho que a legislação de naming rights tem que se aprimorar cada vez mais aqui em Belo Horizonte para propiciar a clubes como o Minas e outras entidades terem naming rights mais expressivos. Nos países desenvolvidos, a gente sabe que os estádios têm naming rights expressivos que permitem uma manutenção maior e de qualidade dos equipamentos esportivos 
 
HL: Dá fôlego financeiro, robustez para o projeto, é um ganha/ganha, não é, Carlos Henrique? Ganha o clube, ganha a empresa que está tendo a marca dela associada a uma marca tão forte como o Minas Tênis Clube. 
 
CH: Sim. E a sociedade que vê uma marca associada a um clube, uma marca exposta, e assim propiciando bem-estar, as pessoas gostam disso, então vão ver essa marca sempre com os melhores olhos. E o Minas tem o Centro Cultural, que é o Centro Cultural Unimed BH Minas, a Unimed-BH que promove a saúde na nossa cidade, na região metropolitana, também patrocina aqui os eventos de cultura. Então, o Centro Cultural funciona o ano inteiro e, assim, sempre os agradecimentos à Unimed-BH Minas que propicia isso não só para o Minas, isso é para a cidade. 
 
HL: É o patrimônio da cidade, é a manutenção dele. 
 
CH: E a Arena nossa é a arena UniBH, então é uma satisfação também, esse equipamento esportivo e cultural que é a Arena do Minas, onde tem shows e eventos marcantes para a cidade, jogos, a Superliga que vai começar agora, estamos ansiosos para a Superliga, são jogos que são feitos lá na Arena UniBH. 
 
HL: Ou seja, que venham cada vez mais parceiros para essa iniciativa do Minas Tênis Clube. Carlos Henrique, tem algum projeto que você ainda quer colocar em prática como o presidente do Minas Tênis Clube, levando-se em conta toda a sua trajetória aqui, toda a sua história e o impacto que isso provoca na sociedade?  
 
CH: Sim, o Minas evolui constantemente e sim tenho projetos que pretendo fazer. Acho que o segredo dos projetos é o equilíbrio que temos que dar em todos eles, então nós temos o projeto, que é o Plano Diretor do Minas II, inclusive de fazer lá um Parque Aquático, Helenice,  é um projeto audacioso, hoje não tem um parque aquático de uma qualidade internacional em Belo Horizonte. 
 
HL: Não tem mesmo. 
 
CH: E aí colocaremos Belo Horizonte num circuito das competições aquáticas mundiais, e como palco Minas é, acredito, um lugar propício. 
 
HL: É, com toda a infraestrutura que às vezes a gente vê coisas lá na Lagoa dos Ingleses, mas assim muito tímido, né, acho que Belo Horizonte tem todo um potencial aí com essa força do Minas. 
 
CH: Isso agrega muito para a cidade, porque o turismo esportivo é algo que eu tenho certeza de que é uma vocação da cidade. 
 
HL: A gente viu isso na Copa do Mundo, nas Olimpíadas aqui no Brasil. E o Minas tem o protagonismo dele nesses eventos, como ele sediou também eventos aqui. 
 
CH: Tivemos protagonismo, recebemos aqui o Comitê Olímpico Britânico, recebemos a princesa Anne, e o príncipe Harry, estiveram aqui com a gente. 
 
HL: Eu lembro, foi muito legal, né. Mas aí nos projetos, você tem vários projetos. 
 
CH: Tem o projeto da Casa Rosada, que é esse equipamento cultural para toda a cidade, o projeto de aumentar as áreas de convivência dentro do clube, onde os sócios possam ter áreas confortáveis e aconchegantes para que a família minastenista possa se encontrar. 
 
HL: São mais de 470 mil metros quadrados juntando as 4 unidades, tem muita coisa para fazer que pode ali aumentar essas instalações, né? A questão é o investimento que tem que ser muito bem pensado. 
 
CH: Isso, e para todos esses investimentos, Helenice, nós não fazemos aleatoriamente, nós fazemos sempre um Plano Diretor deles para ter uma visão geral de como investir compatibilizando esses investimentos com tudo que o clube já possui, com as suas necessidades. 
 
HL: É a previsibilidade que precisa, o que vai se encontrar pela frente, os desafios, erros, acertos que em todo o projeto acontecem. 
 
CH: Os imprevistos. E um projeto também… clube tem coração e nós temos aqui um projeto, que é um projeto voluntário, que é o Minas Tênis Solidário, e nós queremos transformá-lo num Instituto Minas, porque queremos fazer o bem, e os sócios do Minas veem muito valor em fazer o bem para as nossas comunidades. 
 
HL: É a cultura do voluntariado que também, vocês como marca forte, tem essa missão. 
 
CH: Temos essa missão, e o Minas como sendo um exemplo disso, mostrando para a sociedade esse exemplo, que é importante nós ajudarmos uns aos outros, se nós somos bons no que fazemos, nós precisamos também ajudar os outros, e o sócio do Minas, a instituição Minas vê valor nisso. Então, como eu disse, eu acho que é o equilíbrio dessas ações que, ao mesmo tempo que nós investimos internamente, investimentos específicos para os sócios, nós pensamos na sociedade como um todo, nós formamos pessoas através da educação, nós propiciamos lazer, nós temos projetos esportivos inclusivos e sociais, que eles não são meramente projetos, mas eles são efetivos, porque eles formam pessoas que vem para dentro do clube, todo esse equilíbrio reflete na valorização da cota, você vê que essa globalização, esse conjunto de ações, que eu digo feitos com equilíbrio, faz a sociedade falar “olha, eu quero ser do Minas, eu quero estar lá, eu quero ser próximo, eu quero fazer parte disso que é do bem”. 
 
HL: Que é energia boa, que é harmonia e é administração, isso é um grande desafio.  
 
CH: Acreditar na gestão, porque aqui o Conselho e os sócios acreditam na gestão, no que é feito, e eles acreditam por quê? Porque é feito com transparência para eles, porque eles são ouvidos, eles recebem as contas e podem verificar. Nós temos aqui um sistema de ouvidoria, que ouvimos as pessoas, nós temos compliance interno, então toda vez que nós temos uma questão que implica nos valores do Minas, questões maiores sobre os nossos valores que nós temos que nos decidir, nos posicionar, nós chamamos a área de compliance do Minas e estabelecemos um debate maior. 
 
HL: Isso é governança, né. 
 
CH: Isso é governança, e a mim que sou Presidente, me propicia essa cultura e eu quero é deixar isso como um legado aqui no Minas, que os próximos Presidentes, como o Minas está sempre se aprimorando e eu recebi um legado importante de todos aqueles que me antecederam, que foram brilhantes, como se diz, quero passar o bastão em boa situação, manter o sarrafo lá em cima. (risos) 
 
HL: Agora, tem alguma comemoração, alguma coisa especial, vocês já estão pensando nos 90 anos, Carlos Henrique? Adianta para gente alguma coisa aqui, dá um spoiler! É possível? 2025 está aí, né. 
 
CH: Ano que vem, em 2025, o Minas faz 90 anos. 
 
HL: Ai gente, que lindo
 
CH: E queremos comemorar junto com todos, porque quando você comemora seu aniversário, você quer todos seus amigos, sua família, todos juntos comemorando e te abraçando, então o Minas, ao pensar nessa comemoração, queremos comemorar com todos, abraçar a todos, que todos desfrutem dessa maturidade que o Minas chegou.  
 
HL: É longevidade, é perenidade, não é? Porque um clube desse chegar aos 90 anos, uma empresa como o Minas chegar aos 90 anos, a gente não vê tantas assim no Brasil, né. 
 
CH: Os clubes no Brasil, muitos deles, a maioria deles são até centenários, por exemplo, no Rio Grande do Sul tem clubes centenários, em São Paulo, porque são cidades mais antigas que Belo Horizonte, mas aqui em Belo Horizonte o Minas é o mais antigo. 
 
HL: E desse tamanho, com essa referência, com essa complexidade que é o clube, acho que a gente não tem tantos casos assim no Brasil, né, Carlos Henrique? Eu não vejo. 
 
CH: Que chegassem ao ponto que o Minas chegou são poucos clubes no Brasil, e muitos clubes, Helenice, vêm aqui no Minas aprender, escutar com a gente, fazer também. Nós somos mineiros simples, mas competentes, nós todos 
 
HL: A gente fica aqui atrás das montanhas, pessoal fala, né, mineirinho come quieto, mas estamos fazendo as coisas. 
 
CH: Estamos fazendo, porque a simplicidade do mineiro é algo intrínseco a nós, é algo interno, mas isso implica aquilo que realmente nós somos bons no que fazemos e temos que mostrar o que é Minas, da nossa capacidade de realizar cada vez mais. 
 
HL: Você nasceu aqui em Belo Horizonte, como é essa sua carteira de identidade? 
 
CH: Eu sou, tem uma frase do Fernando Brant que eu li aqui no Centro Cultural uma vez, que fala o seguinte “Belo Horizonte é a cidade cosmopolita dos mineiros, e que todos nós mineiros nos encontramos aqui em Belo Horizonte” 
 
HL: A nossa roça grande. 
 
CH: É a nossa roça grande. Então, nós temos origem no interior, eu sou de uma família de origem da Zona da Mata. 
 
HL: Qual é a cidade? 
 
CH: São duas cidades, a minha mãe é de Ubá e o meu pai é de Rio Casca, família de Rio Casca. 
 
HL: Por isso que Minas é essa complexidade toda, não é? Esse estado desse tamanho, é influência de todos os lugares. 
 
CH: O mineiro da Zona da Mata é o mineiro que tem aquela diferença, tem o geraizeiro, né, que são aqueles de Montes Claros, o mineiro da Zona da Mata que é mais o matuto, o mineiro aqui das montanhas que é o mineiro de Belo Horizonte, né, o mineiro das artes, da música, e acredito que eu tive a formação de um pouquinho dessas coisas. 
 
HL: Que coisa boa! Carlos Henrique, quero te agradecer, muito obrigada pela entrevista, pelos ensinamentos, por mostrar que o clube está tão bonito, tão bem cuidado e que venham novas realizações por aí!  
 
CH: Eu te agradeço muito por essa atenciosa entrevista e que me permitiu falar do Minas, desse orgulho para todos nós mineiros. E dizer aqui uma frase também que já escutei “Belo Horizonte tem muitas igrejas, mas algumas catedrais”, e acreditamos que o Minas é uma delas.