Os veículos elétricos vieram para ficar e o mercado mundial só cresce. Embora eles sejam uma realidade bem mais presente em outros países, em especial na Europa e na Ásia, no Brasil já é possível ver muitos automóveis com a “nova” matriz energética rodando pelas ruas das grandes cidades. 

Assim como aconteceu com a Fórmula 1, onde inúmeras inovações testadas nos carros foram introduzidas nos veículos de passeio, como controle eletrônico de estabilidade e de tração, além das aletas nos volantes para troca de marchas; com a Fórmula E não tem sido diferente. 

No último fim de semana, São Paulo recebeu pela segunda vez uma etapa da “Fórmula 1 dos elétricos”, a principal categoria de carros movidos à bateria, em um evento que recebeu um bom público, que foi ao circuito de rua no Sambódromo do Anhembi prestigiar a etapa brasileira. 

Laboratório das montadoras

E as principais montadoras do planeta estão de olho nesse mercado e também nessa “pegada” ambientalista. Um bom exemplo disso é a japonesa Nissan, que está na Fórmula E desde a quinta temporada (2018/2019).

Em 2022, a Nissan comprou a equipe e.Adams e começou a montar o carro todo, pois algumas escuderias com experiência em monopostos têm parcerias com produtores de baterias, como na Fórmula 1, onde muitos motores são fornecidos às equipes por fabricantes tradicionais.

Na etapa de São Paulo, a Nissan subiu ao pódio com o piloto britânico Oliver Rowland, que terminou a prova em terceiro lugar após um final de corrida sensacional, pois ele utrapassou dois carros a metros da linha de chegada.

Segundo o chefe da Nissan Formula E Team, o italiano Tommaso Volpe (em destaque na foto abaixo), a decisão de se fazer um carro 100% Nissan foi justamente para que a montadora pudesse ter mais independência na adoção e na testagem de novidades tecnológicas.

“Tudo que usamos e testamos é para usarmos no nosso negócio principal”, diz Volpe sobre o mercado de carros de passeio.

Ele conta que a tecnologia dos carros elétricos cresce muito rápido, e que a Fórmula E, que está apenas na décima temporada, ajuda muito a Nissan a melhorar seus produtos.

"Já estamos na terceira geração de carros na Fórmula E”, acrescenta. “Para ser ter uma ideia, atualmente nossos carros já regeneram cerca de 40% da energia usada", destaca o executivo.

Vale lembrar que é da Nissan o primeiro carro 100% elétrico produzido em massa, o Nissan Leaf. O chileno Francisco Medina, gerente de veículos elétricos da Nissan América Latina, reforça a importância da Fórmula E para a montadora japonesa seguir nesse caminho.

“A Fórmula E nos permite obter informações diretas sobre os veículos em condições extremas. E isso nos proporciona desenvolver tecnologias que serão usadas no futuro”, enfatiza o especialista. 

Público se surpreende em São Paulo

Obviamente, a velocidade une as pessoas que vão à uma corrida de carros, mas para o comerciante Roberto Morais, a Fórmula E, que tem a chancela da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), ainda gerava incerteza.

“Eu queria ver se os carros elétricos correm rápido mesmo, e não tenho mais dúvidas sobre isso”, disse ele após presenciar os monopostos a mais 300 km/h, mesma marca alcançada na Fórmula 1.

Já para a empresária Maria Luíza Santos, a Fórmula E é uma maneira de mostrar que é possível diversão em quatro rodas sem poluição. “Quis trazer meus filhos para eles verem que o futuro do planeta tem que ser prioridade, e a Fórmula E nos proporciona isso”, ressaltou.

A Nissan na Fórmula E

  • Corridas - 120
  • Vitórias - 17
  • Pódios - 43
  • Poles - 23
  • Títulos - 3
  • Pontos - 1529
  • Voltas rápidas - 12
  • Voltas lideradas - 662

Pilotos

  • Titulares: Oliver Rowland (Reino Unido) e Sacha Fenestraz (França)
  • Reserva: Caio Collet (Brasil)