Cerca de 355 mil pessoas devem ser vacinadas em Belo Horizonte na terceira e última fase da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, que começa nesta segunda-feira (11) em todo o país, dividida em duas etapas. A primeira, que vai até o próximo domingo (17), é focada em crianças de 6 meses a 5 anos de idade, gestantes, puérperas (mães em até 45 dias após o parto) e pessoas com deficiência. Na segunda etapa, que vai de 18 de maio a 5 de junho, o público-alvo serão adultos de 55 a 59 anos de idade e professores das redes pública e privada.
A meta é vacinar pelo menos 90% do público-alvo nesta terceira fase. Todos os centros de saúde da capital estão abertos para a imunização. "Historicamente, a vacinação de crianças e gestantes não vem atingindo a meta nas últimas campanhas, mas são grupos prioritários", afirma a coordenadora técnica de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Gisele Nacur.
"As crianças, por estarem no extremo na vida e serem mais suscetíveis a complicações pelo vírus Influenza, as gestantes e puérperas devido à baixa imunidade das mulheres nessa fase da vida. As gestantes, ao receberem a vacina, não apenas estão se protegendo, como passando anticorpos para o bebê", explica Gisele. Segundo ela, os adultos de 55 a 59 anos de idade são novidade na campanha de vacinação – até então, eles não faziam parte do público-alvo. "Ao longo do tempo, o Ministério da Saúde vai analisando quais os grupos mais suscetíveis", diz.
Ela ressalta que, embora a vacina não proteja contra o coronavírus, a imunização contra a Influenza é importante para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, porque evita a complicação de casos de gripe e reduz a necessidade de internação desses pacientes. "É outro vírus respiratório, os sintomas são semelhantes, como a febre, e pode gerar complicações, principalmente pneumonias e broncopneumonias, requerendo internações e trazendo maior fluxo de pessoas para dentro dos hospitais, que é o que a gente quer evitar nesse momento", pontua Gisele.
Em Belo Horizonte, a meta é vacinar mais de 1 milhão de pessoas, no total. Até agora, já foram vacinadas 619 mil. Na primeira fase da campanha,, 100% do público-alvo foi vacinado: 119 mil trabalhadores da saúde e 339 mil pessoas acima de 60 anos. "Pela primeira vez na história, num curto prazo de tempo, esse público atende o chamado e faz a vacinação, entendendo a importância de se imunizar nesse momento epidemiológico, em que há também a circulação de outro vírus respiratório", diz Gisele.
Na segunda fase da campanha, Belo Horizonte atingiu 59% de cobertura vacinal, com imunização de 157 mil das 263 mil esperadas. O público-alvo dessa etapa foram os povos indígenas, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transportes coletivos, trabalhadores portuários, membros das forças de segurança e salvamento, pessoas com doenças crônicas e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. "Não tenho dúvida de que conseguiremos atingir os 90%", afirma Gisele.
Ela lembra que as pessoas que fazem parte do público-alvo das fases anteriores e não se vacinaram ainda podem procurar os centros de saúde para receber a dose, até 5 de junho. A SMSA está recebendo as vacinas, enviadas pelo Ministério da Saúde, semanalmente.
Para evitar aglomerações, os centros de saúde da capital foram orientados a adotar medidas diferenciadas neste período. "As unidades que têm maior fluxo de pessoas e maior demanda de vacina são orientadas a abrir outros espaços para evitar que as pessoas se aglomerem", explica Gisele. Segundo ela, Belo Horizonte tem mais de 165 postos de vacinação, abertos das 7h às 19h.
Após o fim da campanha, qualquer pessoa, mesmo aquela que não faz parte do público-alvo, poderá se vacinar, se houver disponibilidade de doses.
Nos centros de saúde da cidade, o movimento de pessoas era tranquilo na manhã desta segunda-feira. A dona de casa Jéssica Peixoto da Silva, 27, levou a filha de 1 ano e 5 meses para a imunização no Centro de Saúde São Geraldo, na região Leste. "Ela só deixa de tomar vacina se não tiver. É importante para a saúde dela e para a nossa", diz a mulher.
A agente escolar Kátia Batista, 35, levou o filho de 4 anos para se vacinar e acabou se imunizando também. Ela é hipertensa e faz parte do público-alvo da segunda fase da campanha. "Foi rapidinho, em dois minutos fomos atendidos", conta.
Mortes por Influenza
O número de mortes por influenza em Belo Horizonte caiu 62,5% em relação ao ano passado. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até 9 de maio de 2019, foram registrados 34 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza, sendo que oito evoluíram para óbito. Neste ano, até a mesma data, foram 27 casos de SRAG, com três mortes.