A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) iniciou a perícia do aparelho celular da escrivã Rafaela Drumond, de 32 anos. A análise do equipamento começa quase dois meses após a morte de Rafaela. A informação foi confirmada pela defesa da família da escrivã. A servidora pública tirou a própria vida no dia 9 de junho, em Sá Forte, distrito de Antônio Carlos, na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais.
"Na última semana fui na corregedoria, e eles me falaram que ainda não tinham conseguido abrir o celular. Na mesma semana, encontrei com o Secretário Nacional de Acesso à Justiça, e ele disse que iria tomar as providências. Estranhamente me ligaram e disseram que conseguiram abrir o celular", disse a advogada Raquel Fernandes.
O aparelho celular da escrivã foi um dos materiais apreendidos pela equipe de investigação. No equipamento, estariam armazenados vídeos e áudios que podem servir como provas para os supostos casos de assédio que teriam sido cometidos contra a escrivã. A análise do equipamento deveria ter sido finalizada no final do mês de julho, conforme informado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
No entanto, os investigadores pediram a ampliação do prazo para a realização da perícia, sendo atendidos pela Promotoria de Justiça de Carandaí, na região Central de Minas Gerais. Com a extensão do período, eles terão até o final de setembro para análise do celular da escrivã.
"O inquérito policial tramita em sigilo, só que tenho acesso a ele, por ser advogada de defesa. O meu pedido é para ter acesso também a sindicância, que é a investigação quanto a responsabilização de policiais que praticam algum crime na corporação", afirma Raquel. Conforme a defesa, o acesso a esse processo interno da instituição poderá colaborar com a investigação das denúncias de assédio moral e sexual que teriam sido cometidos contra a escrivã Rafaela Drumond.
Entenda a investigação sobre o caso da escrivã
A investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond é conduzida pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais. O inquérito policial e o procedimento disciplinar apuram supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a servidora a morte.
Um delegado e um investigador da Polícia Civil, que atuavam na mesma delegacia onde trabalhava Rafaela, são suspeitos de terem cometido os assédios. Durante as investigações, eles chegaram a ser transferidos duas vezes, no intervalo de 20 dias. O investigador está afastado por licença médica durante 60 dias.
O que diz a Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que tramita, sob sigilo, na Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPC) o inquérito policial instaurado para apurar as circunstâncias da morte da escrivã de polícia Rafaela Drumond .
A PCMG esclarece que os dados do telefone celular da servidora estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística. Após a finalização do exame pericial, laudo será encaminhado à CGPC.
Os autos do inquérito foram judicializados e submetidos à análise do ministério público. A investigação tramita estritamente dentro do prazo concedido pelo poder judiciário.
Outras informações serão repassadas após a conclusão do inquérito policial.
Matéria atualizada às 19h58