“É um alívio”. Assim que o irmão de Ana Raquel Brito, Maxwel Brito, reagiu à notícia da prisão do suspeito de mandar matar a familiar dele e Katlyn Oliveira. O homem foi detido em São Paulo nesta terça-feira (12 de setembro). O caso veio à tona no dia 22 de junho, quando as mulheres foram encontradas sem vida em Sabará e em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

“A revolta ainda se faz presente em todos, pois cometeram o crime contra a minha irmã e ela não tinha nada haver com a história. De certo modo, [a prisão] é um alívio, pois essa pessoa vai pagar pelo que fez. A justiça dos homens está sendo feita. Que fique preso”, afirmou.

O irmão de Ana Raquel comenta que a família convive diariamente com o luto, mas que busca forças para seguir. “A Ana era minha amiga, companheira de tudo. Nós éramos muito unidos. Recentemente foi o aniversário dela, dos filhos e sentimos a falta dela com nós. Uma pessoa sempre muito extrovertida. Com ela compartilhava minhas alegrias e tristezas”.

Ana Raquel deixou três filhos. “Eles estão revoltados com tudo que aconteceu com a mãe. A tristeza é enorme, ainda mais que o pai também já faleceu, desabafou. Os filhos da vítima estão sob os cuidados de familiares. “Minha irmã era trabalhadora, tanto que na hora que foi morta estava levando o sustento para casa”.  

Relembre o caso 

Ana Raquel era proprietária de um salão de beleza em Sabará e atendia a cliente e amiga Katlyn quando o estabelecimento foi invadido, na quinta-feira (22 de junho). Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Katlyn tentou fugir, mas acabou alvejada por um tiro na nuca. O disparo foi feito por um homem armado, que estava dentro de um carro. Ainda não se sabe quantas pessoas estariam envolvidas no crime, mas, segundo as investigações, o estabelecimento foi encontrado totalmente revirado, com objetos quebrados e poças de sangue. 

Tanto Ana Raquel quanto a menina Evellyn Jasmin Machado Acácio, de 8 anos, foram raptadas, mas até o momento apenas a cabeleireira foi localizada, já sem vida. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte em um carro abandonado na BR-040, no bairro Morada Nova, em Contagem, também na região metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, agentes da corporação passavam pelo local quando se depararam com o veículo parado. Por ser um local ermo, os policiais fizeram a vistoria e viram que o automóvel estava trancado. Um corpo, entretanto, estava no banco de trás, de bruços. Os militares quebraram o vidro para ter acesso à vítima, que apresentava sangramento na cabeça e sinais de violência.

Evellyn Jasmin está desaparecida desde então. A menina é filha de Katlyn Oliveira e Sildirley Silva Acácio Machado, o principal suspeito do duplo homicídio e do desaparecimento da criança. Sildirley, também conhecido como 'Di', foi previamente identificado como "maior traficante de MG" e pode ter sido o mandante dos assassinatos enquanto estava detido em Francisco Sá, no Norte de Minas. Katlyn tinha um relacionamento conturbado com ele.