Uma confusão entre taxistas e motoristas que prestam serviço pelo Uber, aplicativo de carona, virou caso de polícia, no fim da noite dessa quinta-feira (2), no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um dos envolvidos na ocorrência afirmou à Polícia Militar que foi agredido. Três homens foram encaminhados à delegacia.
De acordo com o boletim de ocorrência da corporação, militares do 1º Batalhão foram acionados por populares por causa de uma briga na rua Tomé de Souza. Ao chegar no local indicado, a equipe fez contato com um homem de 24 anos que disse ter levado uma “cotovelada”. A agressão teria acontecido depois que ele começou a filmar um grupo de taxistas.
Por sua vez, o taxista de 32 anos apontado pela vítima como agressor afirmou que teve o seu táxi danificado pelo motorista. O atrito entre os envolvidos no caso teria como motivo principal o Urber, que, para os taxistas, atrapalha o serviço da categoria.
Um terceiro homem de 30 anos também foi detido durante a briga. A ocorrência foi registrada como lesão corporal e todos os envolvidos foram encaminhados à Central de Flagrantes 2 (Ceflan).
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os três detidos foram ouvidos, assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.
Posicionamentos do Sincavir e da assessoria do Uber
A reportagem de O TEMPO fez contato com o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir-MG), que disse repudiar qualquer ato de violência. A confusão teria ocorrido após taxistas perceberem que motoristas do aplicativo com carros particulares teriam montado um ponto de estocagem, onde estariam aguardando passageiros.
"Um taxista percebeu, parou, outros notaram o que estava acontecendo e foram se juntando, quando a coisa saiu do controle e acabou virando agressão. Mas a gente sabe que alguns dos taxistas envolvidos são de boa fé. Acreditamos que chegou a este ponto por consequência da omissão do poder público, que vem permitindo essa concorrência desleal", defende o diretor presidente Ricardo Faedda.
Ele afirma que a lei federal 12.468, que regulamenta a profissão dos taxistas, prevê que o transporte remunerado de passageiros em veículos de até sete lugares só pode ser feito por táxis. "Desde a chegada do aplicativo ao Brasil nós estamos lutando para tentar barrá-lo. Já oficializamos ofício com a Prefeitura de Belo Horizonte, a BHTrans e o Ministério Público. Fizemos protestos, mas nada foi feito pela nossa categoria", explica o diretor do Sincavir.
A capital mineira conta atualmente com 7 mil táxis que fazem em média 90 mil corridas por dia. "Esse número de viagens dava condição do taxista manter um carro médio sedan, com ar condicionado e vida útil de 2 anos e meio, mas desde a chegada do Uber houve uma redução de 30% na demanda do serviço", finaliza Faedda.
Já a assessoria de imprensa da Uber, por meio de nota, informou que repudia qualquer tipo de violência e que todos os motoristas parceiros da Uber passam por um processo de checagem de antecedentes criminais antes de serem cadastrados.
Confira a nota na íntegra:
"A Uber repudia qualquer tipo de violência. Os motoristas parceiros da Uber reportam às autoridades competentes qualquer ato ou ameaça de agressão. Todos os motoristas parceiros da Uber passam por um processo de checagem de antecedentes criminais antes de serem cadastrados. Além disso, é necessário lembrar que, após cada viagem, tanto o motorista parceiro como o usuário se avaliam mutuamente. Parceiros que cometem qualquer tipo de violência são automaticamente desconectados da plataforma. É esse tipo de controle e transparência, proporcionado pela tecnologia, que faz da plataforma da Uber um meio seguro e confiável de mobilidade urbana."
Atualizada às 13h32
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