Apesar da extrema importância para a ciência, as universidades têm número insuficiente de corpos para estudos. A desinformação é uma das razões para a existência desse cenário, conforme afirma o professor e coordenador do programa “Vida após a Vida”, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Kennedy Oliveira.

O TEMPO selecionou algumas das principais perguntas e respostas em relação ao assunto para você tirar todas as suas dúvidas. Acompanhe e saiba mais!

Quem pode doar o corpo para estudos?

Qualquer pessoa que tenha mais de 18 anos e informe sobre a decisão para a família e para a universidade escolhida para o recebimento. Menores também podem ser doadores caso a família permita. Saiba aqui como doar o corpo em Minas Gerais.

Pode haver velório em caso de doação do corpo?

Sim! No entanto, em geral, os gastos ficam por conta das famílias.

Quanto é a 'vida útil' de um corpo em estudo?

Não existe um período determinado. Varia caso a caso. Quando os corpos são submetidos a cirurgias, em geral, o prazo é de 13 anos, em média. Os demais são utilizados por mais tempo, em torno de 60 anos.

Quando um corpo não é mais utilizado, é feito um enterro?

Sim, com total respeito pelo corpo. Porém, em geral, só há a presença de pessoas da própria universidade.

É permitido visitar o corpo de um amigo ou familiar que foi doado para a universidade?

Não. As visitas não são permitidas.

Um corpo pode ser doado mesmo após os órgãos terem sido retirados para doação?

Sim, porém cada caso é avaliado individualmente.

O fato de a pessoa ter morrido por conta da Covid-19 impede que o corpo seja doado?

Sim. Doações em casos de doenças muito contagiosas, como a Covid-19, não são permitidas. O mesmo ocorre em caso de mortes por violência.

Uma pessoa pode se arrepender da doação e desistir mesmo após assinar um documento?

Sim. A desistência pode ocorrer a qualquer momento. Após a morte do possível doador, a família também pode optar por não doar o corpo.

Quanto custa um cadáver?

O artigo 14 da Lei 10.406/2002 do Código Civil Brasileiro diz que a disposição do corpo para estudo é gratuita: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo”.

Fonte: Professores Andrea Oxley, Laila Damázio e Kennedy Oliveira