Paulo Henrique da Rocha, de 33 anos, foi condenado nesta quarta-feira (23), pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte, a 41 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. Em 2019, a fisiculturista Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e seu filho Gabriel Peres, de 22, foram assassinados a tiros por ele em frente a uma academia no bairro Ipiranga, na Região Noroeste da capital.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a condenação foi "de acordo com a integralidade da denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ou seja, pelo crime de duplo homicídio qualificado, sem reconhecimento da semi-imputabilidade alegada pela defesa".

Ainda durante a audiência, que aconteceu no Fórum Lafayette, na região Centro-Sul de BH, o juiz manteve a prisão preventiva para a fase de recurso.

Ele foi condenado a 25 anos e 4 meses pela morte da mulher e a outros 16 anos pelo homicídio do filho dela. Caso a condição de semi-imputável fosse aceita pelos jurados, a pena poderia cair em até um terço.

O julgamento desta quarta, na verdade, deveria ter acontecido em setembro de 2021. Porém, por uma falha no sistema do Judiciário, o réu acabou solto uma semana antes do julgamento, no dia 27 de agosto do ano passado. Ele se entregou à polícia dias depois e voltou à cadeia.

FAMÍLIA CLAMOU POR JUSTIÇA

Mais cedo, em entrevista à O TEMPO, o irmão da fisiculturista afirmou que Tereza Cristina "só queria ser amada", e clamou para que a Justiça fosse feita no julgamento.

"Minha irmã só queria ser amada. Infelizmente ninguém vem com a estrela na testa. O entristecedor é que minha irmã pediu clemência para ficar viva e não conseguiu. Ele não deu a mínima chance. O que a família quer é justiça pela morte da minha irmã e do meu sobrinho", desabafou o motorista e irmão da fisiculturista Hugo Peres Almeida, de 41 anos.

"Quero justiça. Minha irmã era a minha referência. A nossa família nunca mais será a mesma. Há três anos, meu sobrinho estava se formando em direito com a OAB nas mãos. Cinco dias depois da morte dele, ele foi nomeado a policial, então, o que fica é a dor das vidas interrompidas. Nunca vamos nos recuperar, mas queremos que a justiça seja feita", completou o familiar.

RELEMBRE O CASO

Tereza Cristina e o filho, Gabriel, foram mortos a tiros em frente a uma academia no bairro Ipiranga. Uma câmera de monitoramento flagrou o momento em que o homem teria abordado os dois. Quando mãe e filho iam entrar no carro,  foram vítimas de diversos disparos.

Paulo Henrique da Rocha foi preso em 31 de julho de 2019. Ele é acusado de feminicídio com agravante de crime cometido por motivo torpe e sem chance de defesa para as vítimas. 

De acordo com a denúncia, Paulo e Tereza Cristina tinham um relacionamento marcado pela violência doméstica, até o momento em que a fisiculturista decidiu terminar. O acusado, no entanto, não teria aceitado o fim do relacionamento e sentia ciúmes da mulher e do filho dela. Os dois tinham medidas protetivas contra o homem.