Saúde

Minas confirma mais duas mortes por febre amarela

Casos foram em Carmo da Mata, na região Centro-Oeste, e em Nova Lima, na região metropolitana

Por Maria Lúcia Gontijo
Publicado em 10 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 
Vacinação. Em Carmo da Mata, procura por imunização foi grande nas Unidades Básicas de Saúde Foto: Thiago Gróis/ Jornal A notícia

Minas Gerais confirmou na terça-feira (9) mais duas mortes por febre amarela em 2018, totalizando três no ano. Os óbitos aconteceram em Carmo da Mata, na região Centro-Oeste, e em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Em Carmo da Mata, a vítima foi Fabiano Corrêa, 38, que morava na área urbana do município. Em Nova Lima, a vítima foi um pintor de 46 anos, residente em São Paulo, que estava na cidade mineira para passar as festas de fim de ano com a família. O secretário de Saúde de Nova Lima, José Roberto Lintz Machado, afirmou que o município investiga outra morte que pode ter sido causada pela doença.

O pintor morreu na última sexta-feira e ainda não se sabe em qual Estado ele contraiu a doença. Em Carmo da Mata, a secretária de Saúde Nathalia Resende, disse a vítima possuía um sítio na comunidade da Forquilha de Baixo, zona rural do município, onde suspeita-se que a doença tenha sido contraída. Na manhã de terça-feira, funcionários da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Divinópolis foram para Carmo da Mata fazer um levantamento na região.

O primeiro óbito provocado pela doença neste ano no Estado foi confirmado na última sexta-feira em Brumadinho, na região metropolitana. A cidade tem também outra pessoa internada com sintomas da doença.

As estatísticas oficiais do Estado, no entanto, têm apenas um caso confirmado. Os outros devem entrar no boletim epidemiológico que será divulgado até sexta-feira.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) divide o monitoramento da febre amarela em dois ciclos, sendo o primeiro entre dezembro de 2016, quando o surto começou, e junho de 2017. Nesse período, o Estado confirmou 435 casos da doença. No chamado segundo ciclo, foram confirmados oficialmente 11 casos no país, sendo um em Minas, de acordo com o Ministério da Saúde. Os outros também devem passar a integrar a lista federal até a semana que vem.

Para evitar a proliferação da doença, os parques das Mangabeiras e da Serra do Curral, e Mirante da Serra do Curral, todos na região Centro-Sul de Belo Horizonte, estão fechados. No parque estadual da Serra do Rola-Moça, a visitação está suspensa.

Vacinação. Na terça-feira, Carmo da Mata e Nova Lima reforçaram a vacinação. A cidade da região metropolitana informou que já tem 96% da população imunizada, mas pretende chegar a 100%.

Em Brumadinho, a imunização foi intensificada desde o fim da semana passada. (com Ailton do Vale)

Doses extras

Reforço. O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira o envio de 33,6 milhões de doses extras de vacina para os Estados do Sudeste e para a Bahia. Minas Gerais recebeu 8,5 milhões dessas doses.

 

SP, RJ e BA terão vacina fracionada

SÃO PAULO. Cerca de 19,7 milhões de pessoas deverão ser vacinadas contra febre amarela a partir de fevereiro em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Para conseguir uma imunização em massa nessas regiões, onde o vírus não circulava até então e, por isso, não havia recomendação para a vacinação, o governo vai fracionar as doses, aplicando 0,1 ml em cada pessoa, o equivalente a 20% da dose padrão.

“É uma medida emergencial”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “Nosso objetivo é poupar vidas. Para isso, a ideia é utilizar doses fracionadas da vacina, feitas com 1/5 da dose padrão”, completou. Segundo ele, estudos mostram que a dose fracionada tem eficácia semelhante à da dose integral por um período de oito anos – a dose integral protege por toda a vida. Crianças menores de 2 anos receberão a dose integral.

O fracionamento é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de casos em animais e de casos de forma intensa e é necessário conter a transmissão rapidamente.