Apresentação

Suspeitos de assalto em Minas participaram de megarroubo no Paraguai

Eles foram detidos em Contagem, na região metropolitana da capital, e teriam sequestrado o enteado da transportadora de valores, em Belo Horizonte, enquanto o sequestro e roubo aconteciam na Zona da Mata

Por Bruno inácio
Publicado em 13 de junho de 2017 | 16:03
 
 
Polícia apresenta suspeitos de roubo de R$ 8 milhões em juiz de Fora Foto: Moisés Silva

O grupo que sequestrou a família do gerente da transportadora de valores Brink’s, e roubou R$ 8 milhões da empresa, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, no início deste mês, faz parte de uma quadrilha nacional, especializada em roubos milionários. O bando é suspeito de atuar no assalto cinematográfico à base da Prosegur em Ciudad Del Este, no Paraguai, no último mês de abril, em que foram levados US$ 8 milhões de dólares.

A conclusão é da Polícia Civil, que prendeu dois homens em Contagem, na região metropolitana da capital, suspeitos de participar da ação em Juiz de Fora. Outras 28 pessoas estariam envolvidas no crime. Relembre, clicando aqui.

Com hierarquia estruturada em três níveis: comando, execução e “terceirizados”, a quadrilha vinha sendo investigada em conjunto pelas polícias civis de São Paulo e Minas, que levantavam informações de roubos de grandes valores ocorridos no Piauí, no Maranhão, em São Paulo e no Paraguai. “Estamos falando de um grupo de alta periculosidade, especializado em roubos de grande porte. Os crimes aconteciam em diversas partes do país. Há integrantes espalhados em vários Estados”, explicou o delegado Gustavo Barletta, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp-MG).

Paralelos. Os homens detidos em Contagem agiam na parte de suporte logístico, execução e planejamento dos crimes. Segundo a polícia, os suspeitos, de 35 e 28 anos, foram presos no último dia 9, em uma casa alugada no bairro Alvorada.

“Enquanto o gerente, familiares e funcionários da transportadora foram sequestrados em Juiz de Fora, os suspeitos sequestraram, em paralelo, um enteado do gerente, de 20 anos, aqui em BH. Esse rapaz foi levado para um sítio em Betim”, contou o delegado Felipe Freitas, do Deoesp.

Suspeitos. Os dois detidos possuem passagem por roubo, estelionato, assalto e receptação, segundo a Polícia Civil. Eles foram identificados por meio das identidades falsas usadas para alugar um sítio.

Ação teve "estudo de campo"

Só em Juiz de Fora, os investigadores apuraram que os criminosos fizeram uma espécie de “estudo de campo” que durou seis meses. “ É um trabalho planejado e profissional para cada crime, que demanda liderança e organização”, contou o delegado Felipe Freitas.

Não há informações de que a quadrilha tenha envolvimento com o tráfico de drogas. Para a polícia, o grupo não possui uma base fixa, mas as investigações se concentram em São Paulo.

A polícia recuperou R$ 120 mil com os criminosos. O dinheiro seria o lucro dos dois após a divisão dos R$ 8 milhões roubados. Havia também cédulas de outros países, ainda não contabilizadas.