O periódico científico “Quantitative Science Studies” se tornou alvo de polêmica no mundo acadêmico quando aceitou publicar um artigo do italiano Alessandro Strumia que diz que mulheres são ruins em física.

Para chegar a esse resultado, Strumia comparou 1,3 milhão de artigos publicados na área entre 1970 e 2019 e concluiu que para cada quatro homens doutores que publicam pesquisas em física há apenas uma mulher que faz a mesma coisa. Além de ter sido suspenso, o italiano recebeu um puxão de orelha da Universidade de Pisa, onde é professor.

A ciência já provou que baixa representatividade de mulheres em profissões nas áreas de exatas não é uma questão biológica e que as mulheres são tão aptas quanto os homens quando se trata de habilidades matemáticas. É o caso de um novo estudo, publicado no jornal científico “Science of Learning”.

Pesquisadoras da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, avaliaram a atividade cerebral de 55 meninas e 49 meninos de 3 a 10 anos enquanto as crianças assistiam a um vídeo educacional sobre matemática. O estudo comparou imagens do cérebro dos pequenos com as do raio-x cerebral de 63 adultos que assistiram aos mesmos vídeos. As crianças tiveram desempenho equivalente ao dos adultos, e mais: não havia diferenças em como meninos e as meninas processavam habilidades matemáticas.

Após compararem os resultados com o Teste de Capacidade Matemática Precoce, as pesquisadoras concluíram que a habilidade de fazer contas não muda conforme o gênero e a idade.