Método complementar

Hospital Santa Cruz já faz uso da aromaterapia

Óleos essenciais podem ser usados em várias áreas

Por Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2017 | 03:00
 
 
A alfazema, proveniente de Provença, na França, é boa para a insônia Foto: PIXABAY/divulgação

Sabe aquele nervosismo que rola antes de uma cirurgia? Boca seca, coração disparado, uma baita ansiedade. Para mudar essa realidade, o Hospital Santa Cruz (HSC), fundado em 1908, e localizado em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, acaba de implantar o projeto de aromaterapia em seu bloco cirúrgico, a fim de diminuir os níveis de estresse e de medo tão comuns no pré-operatório. O método, não invasivo, possui comprovações científicas quanto à efetividade na diminuição desses sintomas.

A aromaterapia é uma prática reconhecida pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, instituída pelo Ministério da Saúde, e trata-se de uma técnica natural que utiliza óleos extraídos de plantas, estimulando o bem-estar dos indivíduos e exercendo efeito positivo sobre a mente, o corpo e o espírito.

O projeto foi desenvolvido pela acadêmica de enfermagem Naiele Costa, com o apoio das enfermeiras Daniela Dumke, Pamela Muller, Veniria Cavalli, Luci Lauermann, Eliandra Pontel e Carolini Oliveira da Silva que estão comemorando os resultados dessa prática aparentemente simples, cujo investimento inicial foi de R$ 300 usados para a aquisição do aromatizador e dos óleos essenciais.

“Está cada vez mais evidente o uso de práticas integrativas e complementares. A aromaterapia veio como uma nova ferramenta de cuidado, nos levando a perceber que há como trazer bem-estar aos nossos pacientes sem a utilização de métodos invasivos, tornar a internação menos traumática, mais humana, dentro dos princípios defendidos pelo hospital. Os pacientes estão adorando, e todos os dias recebemos elogios pela iniciativa. Devido ao ótimo retorno, estamos avaliando a possibilidade de expandir o método para outros setores”, comenta Carolini.

A enfermeira responsável pela introdução do projeto, Naiele Costa, conheceu a aromaterapia durante sua graduação em 2016. “Meu interesse pelas práticas integrativas e complementares começou há pouco mais de dois anos, quando conheci uma professora que já trabalhava com a técnica e me repassou diversas informações”, relembra.

Observação. Durante seu estágio no bloco cirúrgico do HSC, a enfermeira percebeu que os pacientes, em sua maioria, ficavam muito tensos, ansiosos, demonstrando medo e angústia durante o período pré-operatório. “Diante disso, busquei me aprofundar mais sobre a aromaterapia e as possibilidades de implementá-la no pré-operatório, uma vez que ela não é invasiva e poderia trazer resultados positivos”, diz.

Atualmente, a equipe de enfermagem está usando os óleos essenciais de laranja doce e capim-limão. “O primeiro promove alegria e espontaneidade, é antidepressivo e ansiolítico, auxilia casos de desânimo, tristeza e melancolia, aumenta a imunidade e elimina o estresse, além de reforçar o sistema imunológico”, diz Naiele.

Já o capim-limão auxilia os casos de hipertensão, dor de cabeça, é relaxante muscular, combate o estresse, a insônia, a ansiedade e a hiperatividade, libertando pensamentos negativos.

“Os óleos essenciais atuam sobre a mente, a alma e o corpo, promovendo saúde e bem-estar. Eles possuem ação antibiótica, anti-inflamatória, antisséptica, antiviral, por meio da inalação ou absorção da pele”, ensina Naiele.

O programa está completando um mês, tempo em que a equipe tem verificado um retorno positivo por parte dos pacientes. “O próximo passo será introduzir a aromaterapia na sala de espera dos familiares. Futuramente, quem sabe, pelas demais unidades do hospital”, conclui Naiele.

Aromas no pré-parto

O momento que antecede o parto é marcado por dor, desconforto e insegurança. Para minimizar essas sensações, o hospital North Bristol NHS Trust, na Inglaterra, introduziu, em 2012, a aromaterapia em mulheres em trabalho de parto. A ideia surgiu em um grupo de parteiras que tinham interesse pela técnica.

Óleos essenciais bergamota, hortelã-piperita, lavanda, jasmim e sálvia, por exemplo, são passados no corpo das mulheres em trabalho de parto para estimular o relaxamento, aumentar a sensação de bem-estar, aliviar naturalmente a dor e o desconforto, diminuir a ansiedade, o medo e a tensão e prevenir doenças. Os óleos atuam ainda no estado psicológico das mulheres, , com consequências positivas sobre a parte fisiológica.

Diferentes combinações de óleos, em uma mistura de no máximo três, podem ser usadas para atender diversos sintomas.

A aplicação se dá por meio de infusão por inalação, escalda-pés, compressa na pele ou uma gota sobre a mão, de acordo com a necessidade individual. Parteiras podem aplicar os óleos por meio de massagens, mas apenas pessoas treinadas podem prescrever e misturar os óleos. O programa já beneficiou centenas de mães e foi adotado também no Cossham Birth Centre, primeira maternidade de Bristol liderada por parteiras.

FOTO: Monika / PIXABAY
Óleos essenciais ajudam parturientes a se acalmar e aliviam dores