Astrologia

Lilith, o lado oculto de todos 

Ponto detectado no mapa astral revela pontos criativos ou destrutivos do ser

Por Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 | 04:00
 
 
Mito. Lilith está presente em várias culturas e tradições, sendo mais conhecida como a primeira mulher de Adão, que antecedeu Eva Foto: Dante Gabriel Rossetti/Reproduç

Você já fez seu mapa astral? Sabe o que ele revela ou como ele pode te ajudar? Segundo a astrologia, cada experiência de vida oculta um dom que precisa ser revelado e compartilhado com os outros. “A pessoa traz um dom latente que pode ser um poder de cura, de catarse, habilidades psíquicas, mediunidade de cura, hipnotismo, força criativa, intuição, magnetismo, carisma, sedução, glamour, entre outros”, explica Lúcia Veiga Netto, 65, astróloga transpessoal e instrutora de meditação há 30 anos.

Ela explica que cada indivíduo possui, em seu mapa astral, um ponto delicado que representa um lado secreto e obscuro de sua personalidade, um lado oculto, totalmente inconsciente, chamado Lilith ou lua negra.

“Como simbolismo astrológico e psicológico, Lilith sempre corresponde à realidade astronômica e arquetípica. Lilith não é um corpo físico, mas um ponto astronômico, vazio e matemático, no espaço, e que corresponde ao grau do apogeu da órbita lunar. Ele revela a visão de algo oculto, obscuro, totalmente inconsciente.

Lilith é o lado sombra e representa elementos incongruentes dentro da personalidade que podem ser criativos ou destrutivos de acordo com o nível de consciência da pessoa”.

Arquetipicamente, explica a astróloga, o mito da Lilith tem uma variedade de informações disponíveis e aparece em inúmeras versões, como nos pergaminhos do mar Morto, no “Talmud”, na cabala, na “Bíblia”, entre outros. “Temos que estar dispostos a examiná-las profundamente, com uma postura aberta, de forma impessoal, sem condicionamentos tradicionais e arcaicos”.

Segundo ela, tanto nos textos mesopotâmicos da Assíria e da Babilônia quanto nos hebraicos, Lilith aparece fazendo parte de uma classe de demônios femininos.

“Na versão sumeriana, gravada em tábuas de argila em 1950 a.C., Lilith era uma serva de Inana (a mais proeminente rainha da Mesopotâmia antiga, considerada a deusa do céu e da terra, do amor, da luxúria e da fertilidade). A tarefa de Lilith era recolher os homens dos campos e trazê-los para o templo de Erech para rituais sexuais sagrados”, diz Lúcia.

Foram encontradas inscrições mágicas judaicas em tigelas e amuletos do século VI d.C., em que Lilith é identificada como um demônio feminino e onde aparecem as primeiras representações visuais.

Lilith era conhecida como uma deusa da fertilidade e da agricultura na Suméria e a deusa grega da lua negra, mas ao longo dos anos foi considerada um demônio por outras religiões.

“Segundo a tradição hebraica, Lilith tornou-se a primeira mulher de Adão e foi criada ao mesmo tempo e da mesma terra que ele. Ela se recusou a ser subserviente, pois se julgava igual a ele, por ter sido criada da mesma substância. Como Adão se colocava em uma posição superior, não aceitando a igualdade de ambos, ela o abandonou. Ao se recusar a voltar, recebeu a maldição de que uma centena de seus descendentes morreria a cada dia, e se tornou uma “succubus” e mãe de todos os súcubos. Deus então criou Eva da costela de Adão, a fim de que ele tivesse uma companheira mais submissa”, relembra a astróloga.

Quando se faz o mapa astral, pode-se identificar em que casa do zodíaco Lilith está. “Ela traz conteúdos arquetípicos armazenados no subconsciente do antigo e eterno feminino que pode ser vivido por meio de vários comportamentos, segundo o nível de consciência de cada um: rebelião, feminismo, prostituição, exílio, luta pela liberdade, conflitos, igualdade, impulsividade, inovação, não convencional, assexualidade, instintividade, vingança, sadomasoquismo, demônio,  sombra, raiva, antimãe, bruxa dos contos de fadas, pesadelos, fantasmas, ninfomania,  psicopatia, toxinas, dor emocional, loucura, entre outros.

A ressignificação exige a conscientização de situações repetitivas ao longo da vida e que vão exigir um envolvimento com a psicologia profunda de forma terapêutica”, comenta Vera.

A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail: anadiniz@terra.com.br.