A União Europeia (UE) aprovou ontem lei que proíbe o uso e o comércio de artigos plásticos de uso único – como canudinhos, varas para agitar bebidas, cotonetes e copos, talheres de prato – nos países do grupo a partir de 2021. A fabricação e venda de recipientes de poliestireno expandido, frequentemente usados em caixas de fast food, também serão proibidas.
A lei estabelece que os Estados-membros terão de garantir a reciclagem de 90% das garrafas de plástico até 2029 e exigir que a composição contenha 25% de obra-prima reciclada até 2025 e 30% até 2030.
A medida, aprovada em 12 meses desde que foi proposta pela Comissão Europeia, visa reduzir o impacto dos plásticos no ambiente e a chegada ao mar de milhões de toneladas de plástico. Bruxelas calcula que mais de 80% do lixo no mar é composta de plástico, e os produtos que a lei proíbe representam 70% desse lixo.
Histórico
O braço executivo da UE propôs a nova diretiva em maio de 2018. Durante meses, os governos, a Comissão Europeia e uma delegação de deputados do Parlamento Europeu negociaram um texto comum que foi aprovado pelo Parlamento Europeu em março deste ano pela maioria de 560 votos a favor, 35 contra e 28 abstenções. Ontem ela recebeu a aprovação definitiva dos embaixadores dos 28 países do bloco.
A UE também quer que os governos adotem políticas para reduzir o uso de outros produtos de plástico que, em teoria, podem ser usados várias vezes, mas na prática são descartados, como tampas de plástico para algumas bebidas (como o copo de café).
Os governos europeus também prometeram aumentar a taxa de coleta de garrafas plásticas usadas para 90%. Quando foi aprovado em março no Parlamento Europeu, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, disse aos deputados que as empresas de fora do continente não vão querer perder o acesso ao mercado europeu, então terão que se adequar
Na Indonésia
O fotógrafo brasileiro Raul Aragão compartilhou, em seu Instagram, imagens do lixo encontrado em praia de Bali, na Indonésia. Nas imagens, é possível ver canudos, seringas, tubos de xampu, isqueiros, garrafas plásticas e até mesmo uma placa-mãe presente em computadores.
"Oito milhões de toneladas de lixo plástico vão para os oceanos anualmente. Foi massa ver, durante essa semana, esse mesmo
plástico virando escolas, motos, tênis, sacolas ou hospitais. Tudo pode ser feito do lixo. Lindo é, mas o maior problema ainda está no consumo daquele plástico virgem. Aquele mesmo da garrafa PET, lanchonete ou supermercado", escreveu no Instagram.
No fim da publicação, Aragão convida os seguidores para contribuírem com o movimento Plástico Zero, que busca reduzir o uso e descarte de plásticos no meio ambiente.
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