Nesta terça-feira (8/11), duas pessoas foram presas em São Paulo suspeitas de participarem de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país. Seriam aliados do Hezbollah, grupo fundamentalista que atua no Líbano, e que tinham o objetivo de promover ataques a prédios da comunidade judaica em território brasileiro, como sinagogas.

A prisão dos suspeitos e o cumprimento de mandados de busca e apreensão, inclusive em endereços em Minas Gerais, levantaram o questionamento: afinal, o que é o Hezbollah? E qual a sua ligação com Israel?

O termo Hezbollah pode ser traduzido como “Partido de Alá”. Trata-se de um partido político xiita fundamentalista islâmico que atua no Líbano e é inimigo de Israel - motivo pelo qual apoia o Hamas, que está em guerra com Israel desde 7 de outubro. Ou seja, o Hezbollah não está no território que compreende a Faixa de Gaza, mas no país próximo, que faz fronteira com Israel.

O partido foi fundado na década de 80, durante a Guerra Civil Libanesa.  Ele era um braço armado treinado pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, com objetivo de divulgar a revolução Islâmica e enfrentar Israel. 

Formado por maioria xiita, o grupo é comandado por Sayyed Hassan Nasrallah desde a década de 90 e financiado principalmente pelo Irã. O Hezbollah também tem hoje dois ministros no atual governo do Líbano e 13 parlamentares. 

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Em seu braço militar, o Hezbollah tem cerca de 45 mil combatentes e um arsenal de blindados, drones, armamentos anti-tanques e mais de 100 mil foguetes e mísseis. O grupo já esteve envolvido em diversos conflitos diretos com Israel, um deles em 2006, no sul do Líbano, quando sequestrou dois soldados israelenses.

Estados Unidos, União Europeia, Israel e Conselho de Cooperação do Golfo consideram o Hezbollah um grupo terrorista.