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EUA oferecem R$ 25 mi por informações sobre o presidente do Supremo da Venezuela

Maikel Moreno, considerado próximo ao chavismo, também recebeu sanções por supostamente estar envolvido em uma signiticativa corrupção

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de julho de 2020 | 20:36
 
 
Maikel Moreno está na mira dos EUA, que oferecem recompensa por informações sobre ele Foto: Federico Parra/AFP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, anunciou nesta terça-feira (21) que o governo americano está oferecendo uma recompensa de US$ 5 milhões (R$ 25,9 milhões) por informações que levem à prisão e ao julgamento do presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, Maikel Moreno, considerado próximo ao chavismo.

Em comunicado, Pompeo também anunciou sanções a Moreno e à sua mulher por supostamente estarem envolvidos "em uma signiticativa corrupção" e afirmou que o chefe do Supremo venezuelano "recebeu propina para influenciar no resultado de casos criminais e civis".

"Moreno recebeu propina em troca de ações judiciais, como ordenar que juízes de instâncias inferiores liberem determinados acusados ou neguem certos casos, o que ocorreu em mais de 20 processos judiciais", afirmou Pompeo em comunicado.

No Twitter, o chefe da diplomacia americana declarou que Moreno é um "ajudante" do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e explicou que a nova medida busca enviar uma mensagem clara: "Os EUA se posicionam firmemente contra a corrupção".

Segundo os EUA, Moreno, que preside o TSJ desde 2017, flertou com a possibilidade de se distanciar do governo quando, em 30 de abril de 2019, o líder da oposição, Juan Guaidó, liderou uma revolta de curta duração com um grupo de militares que levou a manifestações, mas não derrubou Maduro.

Em março deste ano, procuradores do Estado da Flórida acusaram Moreno de lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados com as supostas propinas que recebeu na Venezuela.

No total, os EUA apresentaram acusações contra 15 membros e ex-integrantes do governo venezuelano, incluindo o presidente Maduro, acusado de tráfico de drogas e pelo qual ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões (R$ 77,5 milhões) por qualquer informação que leve à captura.

Em maio de 2017, o governo dos EUA também impôs sanções a Moreno e a outros sete juízes pouco após a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, ter sido destituída de todas as funções pelo Supremo.

Os EUA foram o primeiro país do mundo a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, em janeiro de 2019. 

Desde então, o governo Trump impulsiona uma um pacote de sanções para tentar forçar a saída de Maduro do poder, por considerar que seu segundo mandato é ilegítimo pelos questionamentos às eleições de 2018.