Desembaraçar o caminho dos financiamentos ao empreendedor é uma urgência nestes tempos de crise. E medidas como a aprovação da Medida Provisória 975 pela Câmara dos Deputados são uma esperança de alívio, com a possibilidade de concessão crédito de R$ 50 mil e vendas futuras por meio das maquininhas de pagamento. A proposta agora segue sua tramitação no Senado.

Segundo dados do Ministério da Economia, no primeiro quadrimestre deste ano, 351 mil empresas fecharam as portas em todo o Brasil, sendo 44 mil em Minas (que só ficou atrás de São Paulo nesse pérfido ranking). E, como a estatística mal pegou os efeitos das medidas de isolamento social, esse número está mais do que defasado.

Sem consumidores ou vendas, os empresários se viram ainda mais sufocados pela dificuldade de acesso a recursos das instituições financeiras para arcar com as obrigações e custos que se avolumaram no período. Dos R$ 68 bilhões disponibilizados pelo Tesouro a programas de financiamento durante a pandemia, somente 17% foram desembolsados até junho.

No Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), apenas 7,5% dos recursos foram executados. Antes concentrada em dois bancos públicos, essa opção começou a ser oferecida por entidades privadas. A demanda era tal que, em pouco mais de 30 minutos, o crédito atraiu 750 interessados.

A expectativa é que, com os mecanismos da MP 975 de facilitação de acesso e o aumento das garantias do poder público às instituições financeiras, pelo menos R$ 80 bilhões em crédito comecem a circular. E, em nome da recuperação da economia nacional e da geração de emprego, tomara que desta vez os recursos cheguem sem obstáculos às mãos do setor produtivo.