O futebol não é um mundo à parte e está sujeito às mazelas que atingem todos os segmentos da sociedade. Fatalmente, a cultura da violência se reflete no ambiente da prática esportiva em forma de assédio, racismo, agressão física, entre outras. Criminosos descarregam no estádio ou fora dele toda a sua vontade de praticar o mal. Uma perversão do espírito desportivo. Ferem o direito de lazer e de ir e vir do outro sob o pretexto torpe de que seus alvos não vestem a mesma camisa.

O antídoto para a violência que ronda o futebol é uma combinação de práticas baseadas em repressão, inteligência e conscientização para promoção de uma cultura de paz. Países europeus, há cerca de 30 anos, adotaram medidas que transformaram o continente em um caso de sucesso no combate à violência no esporte. Autoridades investiram em reforço policial, monitoramento por câmeras, proibição de circulação de determinadas torcidas em setores estratégicos etc. A identificação e a punição proporcional e exemplar aos que comprovadamente cometem crimes também são fundamentais para coibir os delitos. 

O avanço da internet impõe ainda um novo desafio às forças de segurança, que é o uso das redes sociais por criminosos para articular emboscadas e confrontos. Ao mesmo tempo, as polícias podem se valer das redes para antecipar as ações e prevenir a prática criminosa. 

Sociólogos do esporte são praticamente unânimes ao afirmar que uma minoria, de cerca de 5% das torcidas, age de forma violenta. Essa minoria merece ser tratada com todo o rigor da lei para não manchar o esporte que é um patrimônio cultural do país, além de movimentar toda uma cadeia econômica que tem na torcida de bem uma de suas principais fontes de arrecadação por meio da venda de ingressos.