José Reis Chaves

A prioridade de tudo é melhor com caridade

A maior das virtudes teologais

Por JRC
Publicado em 21 de outubro de 2019 | 02:00
 
 

O que é melhor para os alunos com deficiência física das escolas municipais de Belo Horizonte, os ônibus novos e bem-adaptados ou os táxis com suas limitações? Tentaremos dar respostas a essas duas polêmicas.

Esse assunto já foi objeto de uma coluna anterior deste articulista, que quis solidarizar-se e colaborar com os escolares mencionados, dos quais alguns de seus familiares expuseram a mim o problema causado pela paralisação dos ônibus escolares municipais para os alunos com deficiência física. A substituição desses ônibus, em maio de 2019, teve por pretexto o fato, que não é verdadeiro, de que os ônibus eram velhos. Outro pretexto é que o uso de táxis é mais barato. Se isso for verdade, fica evidente que mais vale para a Secretaria de Educação municipal uma menor despesa do que um maior conforto para os escolares com deficiência.

E alguns indivíduos favoráveis ao uso dos táxis confundiram os escolares com pessoas com deficiência adultas, o que, é óbvio, não justifica os seus pontos de vista, mas estes estão apoiados pela prefeitura. E o certo é que a questão se transformou numa polêmica sem tamanho entre os proprietários de táxis e os proprietários dos ônibus novos e adaptados e contratados para esse importante serviço público municipal.

Ademais, até a questão da falta de caridade que estava ocorrendo com os escolares com deficiência, apontada por este colunista, em matéria anterior, foi subestimada com o argumento de que se trata de prioridade de educação inclusiva, e não de caridade. Mas prioridade com caridade ou amor é mais perfeita, pois essa virtude teologal se caracteriza exatamente por ser uma prática de amor. E tudo que é feito com amor é realmente melhor e sobrepuja qualquer ação administrativa apenas política, por melhor que ela seja.

Por que parece a este colunista que os ônibus são melhores para os alunos com deficiência? Porque eles têm cuidadores que os carregam para dentro dos ônibus, colocando-os nos seus respectivos lugares adaptados para cada um deles, enquanto que os táxis não têm esses cuidadores. Além disso, nos ônibus, os alunos ficam em companhia de colegas que têm problemas semelhantes entre si, o que, de algum modo, os deixa psicologicamente mais à vontade. Também esse bem-estar entre eles os leva à criação natural de uma amizade que os conforta e mesmo os incentiva para irem à escola e, automaticamente, a um melhor aproveitamento de seu estudo.

São Paulo ensina que a maior das virtudes teologais: fé, esperança e caridade, esta é a maior (1 Coríntios 13: 13). E ela é sempiterna.

Esperamos, pois, que esse problema que envolve os escolares com deficiência das escolas municipais de BH tenha uma solução sensata, ou seja, aquela à qual não pode faltar a caridade, a maior das virtudes!

PS: Novo filme espírita “Paulo de Tarso e o Cristianismo Primitivo”, em cartaz, com direção de André Marouço.