Muitos religiosos cristãos pensam que vício e alegria são pecados e que sofrimento e tristeza são virtudes. Essas ideias estão mais próximas da superstição e da ignorância do que da verdade.
Tudo que Deus cria é com seu amor infinito. Então, para nós, Deus quer somente alegria e felicidade, jamais o sofrimento, a dor e a tristeza.
Deus é imutável. O pecado é contra as chamadas leis de Deus ou dos Dez Mandamentos. Mas quem sofre quando alguém peca não é Deus e, sim, a vítima do pecado e, por consequência, o autor do pecado, pois colhemos o que semeamos. Assim, embora Deus seja neutro com relação a nossa vontade, pois Ele respeita rigorosamente nosso livre-arbítrio, podemos dizer, humanamente falando, por exemplo, que Ele não quer o roubo, pois o roubo é um mal para a vítima e para o autor do roubo. Mal esse que Deus não quer nem para a vítima nem para o autor do roubo, pois Ele ama infinitamente os dois, já que Deus não faz acepção de pessoas. Repetimos que estamos dizendo isso, humanamente falando, pois Deus é neutro, não intervindo nem a favor nem contra o nosso livre-arbítrio. Ademais, o bem que fazemos não faz Deus ficar melhor ou mais feliz, como também, o mal ou pecado não o atingem, uma vez que, como já dissemos, Deus é imutável, como que se Ele fosse, pois, vacinado contra tudo o que de mal e de bem acontece entre nós e em qualquer parte do Universo.
Confirma o que estamos dizendo o fato de que o homem Messias, Jesus Cristo, enviado por Deus ao nosso mundo, ter nos ensinado que, ao praticarmos os preceitos do Evangelho que Ele nos trouxe, por incumbência recebida do Deus-Pai – Dele e de todos nós –, teremos, por recompensa, a maior felicidade que alguém possa ter e que olhos jamais viram, ou seja, a felicidade jamais imaginada por ninguém.
E é um consenso entre os biblistas e teólogos cristãos, que essa felicidade prometida pelo Nazareno, nosso Mestre maior e modelo, pode ser iniciada já aqui mesmo, na nossa peregrinação terrena, isto é, enquanto estamos encarnados.
Como, pois, o que nos faz felizes e alegres poderia ser contrário aos ensinos evangélicos ou pecado? Pelo contrário, tudo o que fazemos, com amor, para a nossa alegria e de nossos semelhantes não pode ser jamais contra as leis naturais, chamadas também divinas. Observe-se que dissemos o que fizermos com amor, pois o que fazemos sem amor a nós e ao nosso próximo é errado ou pecado. Os que estudam a Bíblia sabem que são Paulo nos ensina que devemos chorar com os que choram e nos alegrar com os que se alegram. E santo Agostinho muito bem definiu pecado como sendo falta de amor.
Os cristãos que confundem alegria com pecado e tristeza com virtude se apegam à forma do cristianismo e não à sua essência.
PS. Novo Testamento completo, com tradução e notas sob a ótica espírita deste colunista, Ed. Chico Xavier, (31) 3637-1048 e (31) 99979-0608 e contato@editorachicoxavier.com.br