Fomos inspirados para fazer esta matéria no volume um dos oito de “Sabedoria do Evangelho”, página 23, de Carlos Torres Pastorino, que cita o papa são Gregório Magno (papa de 590 a 610), Homilia 7, “in Evangelio”, Patrologia Latina, volume 76, Col. 1100. E isso com o aval, também, da Bíblia. 

Segundo a Bíblia, Jesus se aperfeiçoou para se tornar salvador de muitos que o seguem. Isso quer dizer que Ele, pois, evoluiu e que Ele não é aquele Deus único, absoluto e imutável. E mais, que Ele é um ser humano e, portanto, irmão nosso e, também, filho do mesmo Pai de todos nós. Aliás, Ele é o Messias prometido pela Bíblia, Messias este que é um homem em toda a acepção da palavra e jamais o próprio Deus que é, isto sim, o que o envia. E eis a prova bíblica do que estamos dizendo: “Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse por meio de sofrimento o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que Ele não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hebreus 2: 10 e 11). 

Com meu respeito ao dogma da divindade de Jesus, proclamado em Niceia, em 325, como sempre digo, Jesus é Deus, mas relativo e não o absoluto e único, o qual Ele denominou de Pai Dele e de todos nós. Inclusive, como acabamos de dizer, todos nós somos também filhos de Deus e, pois, também, deuses relativos (Salmo 82:6; e João 10: 34 e 35). E, é claro, somos deuses inferiores a Jesus. Entre nós e Jesus, há uma grande diferença, mas não tão grande como o é a diferença entre Ele e Deus Pai. Disse o grande teólogo Ario, entre Jesus Cristo e Deus, há um abismo! E ao que acrescentamos “abismo infinito”.

Javé, no Velho Testamento, é chamado por Ele mesmo de “Eu Sou” (Êxodo 3: 14). E também Jesus diz que, antes de Abraão ser feito, eu sou (João 8: 58). E, também, Javé mesmo ensinou dizendo a Moisés que Ele era o Deus dos pais dos judeus. E Moisés afirma ter recebido esta ordem de Javé: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração (Êxodo 3: 15). Javé e Jesus são, pois, dois deuses. Mas nenhum é o Deus Pai único e absoluto. Javé é realmente o Deus dos judeus. E podemos e até devemos dizer que Jesus é o Deus dos cristãos, mas também, não o Deus Pai único e absoluto. São Paulo o definiu muito bem: “Porquanto, há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2: 5).

E lembremo-nos de que Jesus foi enviado por Deus Pai, o Deus verdadeiro e único do monoteísmo para nos ensinar as verdades verdadeiras contidas em um código de moral perfeito, o Evangelho, para nortear a nossa vida no caminho do bem. E é através da vivência do qual que nós aceleramos a nossa evolução espiritual que, um dia, nos tornará merecedores de passarmos pela difícil porta estreita, que é o símbolo de nossa libertação ou salvação.

E, agora vejamos uma profecia concretizada do respeitado Isaias: “Pois eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos, mas sobre ti desponta Javé, sobre ti aparece sua glória!” (Isaias 60: 2).

De fato, pela Bíblia, Jesus é encarnação de Javé!

Recomendo “União dos Espíritas – Para Onde Vamos?”, Ed. EME, de Antônio César Perri de Carvalho.