Jose Reis Chaves

José Reis Chaves é teósofo e biblista e escreve às segundas-feiras

José Reis Chaves

Religião e ideologia não são da lei da selva

Publicado em: Seg, 27/07/20 - 03h00

O Maior dos Mestres disse que devemos ser quentes ou frios, pois, sendo mornos, Ele nos vomitaria. Já Buda ensinou que devemos seguir o caminho do meio, do equilíbrio. Parecem ideias contraditórias, mas não são. Cremos que o Nazareno usou a palavra “morno” como sinônima de “preguiçoso”.

Sei que meus leitores preferem meus escritos sobre Bíblia e religião aos de ideologia e política. E neles permanecerei, pois são preferíveis também por mim. Mas, hoje, ainda faço um misto sobre os dois assuntos, porém, bem sutis, como devem ser os assuntos de religião e política, e não como acontece tanto, com fanatismo.

A minha coluna: “Nós não podemos viver sem o nosso semelhante”, em O TEMPO, de 30 de dezembro de 2019, foi uma espécie de precognição ou profecia sobre a gravidade e os problemas da pandemia do coronavírus que, em breve, iria nos atingir. Mas não sou profeta (médium).

Essa triste e lamentável pandemia, com tantas vidas queridas tiradas do nosso convívio, nos deixou claro que nós precisamos uns dos outros para vivermos. Quanto é lamentável estarmos isolados uns dos outros, sem podermos sequer apertar as mãos dos nossos entes queridos parentes e amigos! Quanta falta estão sentindo os comerciantes de seus fregueses! Com as falências de proprietários de lojas, quanta falta-lhes faz a convivência com seus fregueses, mesmo que sejam estranhos e compradores pela primeira vez! Alguns até choram em público perante as câmaras de TV, lamentando essa drástica situação!

Em religião e ideologia, precisamos mesmo ser equilibrados. Religião exclusivista, aquela que exclui como verdades as outras, provocando conflitos, é melhor ficarmos sem religião, bastando somente crermos em Deus. Sim, a religião tem que ser é inclusivista, ou seja, a que valoriza também todas as outras.

Sobre a ideologia, a pandemia nos mostrou que os empresários, além de precisarem dos seus funcionários, precisam também dos clientes. E os funcionários, igualmente, precisam dos seus patrões. Portanto, patrões e empregados têm que estar de mãos dadas, com os dois lados desejando colaborar, mutuamente, um com o outro, e não, como se diz, com um querendo “furar os olhos” do outro. Muitos empresários que fecharam as portas de suas empresas estão abalados, principalmente porque seus funcionários perderam seus empregos. Mas, lamentavelmente, uma minoria, ainda iludida com o sofisma da filosofia marxista vencida da luta de classes, tenta, em vão, ressuscitá-la no Brasil.

É com o espírito de amizade e fraternidade cristã entre patrões e empregados e entre os adeptos de todas as religiões que temos que conviver uns com os outros, e não com um espírito de conflitos como se tratasse de lutas de vida e de morte da lei das selvas!

“Presença Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior com este colunista e, também, sua tradução do “Novo Testamento Completo” com notas inéditas. Contato@editorachicoxavier.com.br (31) 3637.1048.

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