Após reunião entre deputados representantes das forças de segurança e lideranças da categoria no Estado, na manhã desta quinta-feira (12), ficou o consenso de que a bancada deverá  trabalhar para a derrubada dos vetos do governador Romeu Zema (Novo) aos dois artigos que previam a recomposição salarial do setor para 2021 e 2022.

"O governador sabe perfeitamente o que ele combinou com a segurança pública. É uma negociação que se arrastou por quase um ano, ele tinha o secretário de planejamento à mesa das negociações, o secretário empenhou a palavra e nós entendemos que se o próprio governador vem a público dizer que havia planejamento, é que tem planejamento", disse Coronel Sandro em coletiva à imprensa após a reunião.

Segundo o parlamentar, uma vez derrubados os artigos 2º e 3º, Zema não teria respaldo para sequer questionar juridicamente, já que o Projeto de Lei é de iniciativa é do próprio executivo. "Então nós temos também essa estratégia", disse.

O texto enviado por Zema à ALMG em fevereiro estabelecia que a recomposição seria de 13% a partir de 1º de julho, 12% a partir de setembro de 2021 e outros 12% a partir de setembro de 2022. Com os vetos aos artigos 2º e 3º, que tratam do reajuste nos próximos anos, os agentes de segurança terão garantida apenas a recomposição de 13% para este 2020.

O descumprimento, por parte de Zema, do acordo com a categoria inflamou a relação entre deputados representantes da classe e o governo.  Acompanhado de outros parlamentares da mesma base, sargento Rodrigues (PTB) foi enfático ao dizer que "o governador Romeu Zema não tem palavra". 

O recuo de Zema veio com a justificativa de que o cenário financeiro do Estado não está favorável e  citou fatores externos que comprometem a condição financeira de Minas, como a crise do coronavírus. Outro fator também citado para não conceder o reajuste foi a "apreensão" causada no Ministério da Economia. O reajuste, segundo o Executivo, impactaria os cofres do Estado em R$ 9 bilhões, o que invibializaria a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal.

Questionado se o governo Federal estaria articulando contrário à classe dos servidores da segurança, o deputado desconversou e disse que a culpa é total de Romeu Zema. 

O primeiro ato da mobilização da categoria está marcado para a próxima terça-feira (17) na sede do Legislativo estadual.