Legislativo

Câmara de Belo Horizonte vota hoje reajuste para servidores da Casa

Decisão vem um dia depois de os parlamentares congelarem seus próprios salários

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 04 de março de 2020 | 10:43
 
 
Câmara Municipal de Belo Horizonte Foto: DENILTON DIAS – 4.11.2016

A Câmara Municipal de Belo Horizonte deve votar na tarde desta quarta-feira (4), em primeiro turno, o projeto que promove a revisão anual da remuneração dos servidores do Legislativo. O índice foi fixado em 4,31%, tendo por base o valor do vencimento vigente em abril de 2020, e será devido a partir de 1° de maio de 2020 ou do dia primeiro do mês em que o projeto for sancionado como lei se isso ocorrer após o mês de maio. A votação ocorre um dia depois da Câmara anunciar que os vereadores decidiram congelar seus salários até 2024, além de cortar o benefício conhecido como auxílio-paletó.

Segundo o Legislativo, o percentual adotado para o reajuste dos salários dos servidores corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no exercício de 2019.  A revisão, a data e a base de cálculo propostas também vão ser aplicadas no auxílio-alimentação recebido por servidores, que atualmente chega a ser de R$ 906 mensais.

Caso aprovado, o reajuste aos funcionários da Casa vai gerar um impacto de quase R$ 6 milhões na folha anual.

Congelamento

A Câmara Municipal de Belo Horizonte decidiu congelar os salários dos vereadores até 2024. A decisão foi tomada após uma reunião da mesa diretora com o colégio de líderes, formado por representantes dos partidos na Casa. 

O Legislativo era obrigado a enviar até esta quarta um projeto de lei para reajustar o valor dos vencimentos dos parlamentares. Entretanto, essa proposta não vai ser apresentada pela Casa. Na prática, com a ausência do projeto, os salários ficam congelados até o fim do próximo mandato.

Atualmente, o salário de vereador em Belo Horizonte é de R$ 18.402,02. A Lei municipal nº 11.016 de 30 de dezembro de 2016, que fixou os vencimentos dos agentes políticos do município, corrige, automaticamente, os salários pelo IPCA do ano anterior. Com a não apresentação de projeto pela Câmara, o valor não será mais corrigido.

Outra decisão tomada pela Casa é o fim do auxílio-paletó, uma "ajuda de custo"  equivalente a um salário  no início e no final de cada legislatura. A medida deve gerar uma economia de R$ 2,2 milhões até o fim da próxima legislatura.