Com pouco mais de um ano até as eleições municipais de 2020, marcadas para outubro, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) já se confirma como pré-candidato à reeleição. Com alto índice de aprovação entre os belorizontinos, o chefe do Executivo municipal se dá ao luxo de dispensar apoios importantes, como do governador Romeu Zema (Novo) e do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"É muito coerente (da parte de Zema e Bolsonaro não sinalizar apoio) porque eu não estive com eles (nas eleições de 2018) e não cobro lealdade de quem nunca foi meu aliado. Não tenho preocupação, nem pedi, nem os apoiei e não vejo porque Zema e Bolsonaro vão me apoiar", afirmou Kalil em entrevista concedida à Record.
Sobre a disputa do ano que vem, apesar de se colocar na briga, o prefeito prefere focar no restante do mandato.
"Temos que governar até chegar as eleições porque o que tem que parar no Brasil é esse negócio de querer que quando acaba uma eleição começa outra. Quero governar Belo Horizonte, falta muito tempo pra gente falar em eleição. Não estou realmente preocupado, Belo Horizonte tem problemas e temos que tentar resolvê-los", continuou.
Metrô e repasses
A perene crise financeira vivida por Minas Gerais sempre é tema de entrevistas, e Kalil não mudou o tom ao se dirigir a Zema sobre os repasses constitucionais relacionados a IPVA e ICMS, principalmente. Ele explicou os motivos pelos quais insiste em bater de frente com Zema em relação à dívida deixada pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT).
"Não posso prevaricar, não posso abrir mão de R$ 300 milhões de correção monetária (com relação ao início do pagamento da dívida do petista marcada para 2020), praticamente 10% da saúde de Belo Horizonte, que atende 63% da população de Minas Gerais. É uma questão legal, e mais, não tem acordo que não passe pela Câmara Municipal de Belo Horizonte", explicou.
Apesar da situação crítica, ele lembra que BH não tem sofrido como o restante do Estado e celebra um acordo costurado junto com bancada mineira na Câmara Federal que pode render recursos para a ampliação do metrô.
"Fomos a Brasília, fui a convite da bancada mineira e foi feito um acerto com o governo federal na concessão (ferroviária de Minas a Vitória e ao Pará) da Vale. Minas Gerais receberá R$ 4 bilhões nessa nova concessão de mais 30 anos, e por um apelo da bancada federal, R$ 830 milhões irão para continuação da linha do metrô", completou.