O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), convidou o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, a participar de audiência no Congresso e debater a crise diplomática com Israel, deflagrada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar as ações israelenses na Faixa de Gaza às mortes de judeus durante o Holocausto

O chanceler, que recebeu o convite por telefone, respondeu ao senador que pode comparecer na primeira semana de março, depois do encontro do G-20, que começou quarta (21) e termina nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, e uma viagem internacional que já estava agendada. Antes do convite do presidente de Calheiros, os senadores Carlos Viana (Podemos-MG) e Carlos Portinho (PL-RJ), de oposição, já haviam apresentado requerimentos para ouvir o ministro Mauro Vieira na CRE.

No caso de Carlos Viana, que preside o grupo parlamentar Brasil-Israel, o requerimento é de convite e se estende ao ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência sobre assuntos internacionais. Já Portinho apresentou um pedido de convocação. Neste caso, o convocado é obrigado a comparecer.

Na manhã desta quinta-feira, em ao programa Café com Política da FM O TEMPO, Viana criticou severamente a declaração de Lula e defendeu as ações militares de Israel. O senador mineiro disse ainda que o Hamas promove uma “jihad” no Oriente Médio, o equivalente a uma guerra em nome da religião. Segundo ele, o conflito não tem relação com a disputa territorial. 

“Se eu fosse o presidente da República do Brasil e nós sofrêssemos um ataque como eu vi lá em Gaza – eu visitei e vi os corpos queimados, as famílias que foram mortas dentro de carros, mães que levavam crianças decapitadas, gente sendo estuprada em nome da religião na frente dos filhos, adolescente de 14 anos tomando tiro na cabeça... Se eu fosse presidente, eu faria a mesma coisa. Eu não daria um minuto de descanso para esse inimigo até acabar com todos eles”, afirmou Viana. 

O senador disse que Lula foi “muito infeliz”. “É impossível você usar como exemplo algo que matou seis milhões de pessoas da forma que os nazistas mataram. A diplomacia brasileira está querendo reforçar a imagem do Brasil, só que eles escolheram o lado errado, atacando Israel”, afirmou o senador.