O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, neste domingo (18), a situação do povo palestino, em função do conflito entre Israel e o grupo Hamas, aos judeus perseguidos na Alemanha nazista por Adolf Hitler. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse.
Em coletiva de imprensa na Etiópia, o presidente criticou a realidade de quem vive na faixa de Gaza desde os ataques israelenses. “Quem vai ajudar a construir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai restituir a vida de 30 mil pessoas que já morreram? 70 mil que estão feridos? Quem vai devolver a vida das crianças que morreram, sem saber porque estavam morrendo? Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”, questionou.
Lula ressaltou ainda que “o que está acontecendo no mundo hoje é falta de instância de deliberação”. “Nós não temos governança! Eu digo todo dia: a invasão do Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A invasão da Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A invasão da Ucrânia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. E a chacina de Gaza não passou pelo Conselho de Segurança da ONU”, enfatizou.
A questão dos palestinos foi abordada por Lula em diferentes momentos de sua viagem à África. Em evento no sábado, o presidente disse que “ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns”.
O presidente também destacou a situação daqueles que vivem na região. “Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza”, completou.