Fusão DEM e PSL

União Brasil nasce com Pacheco, Mandetta e Datena para disputar Presidência

Partido quer ao menos 10 candidatos próprios para governos estaduais em 2022 e, para ACM Neto, Alckmin e Zema são 'dois grandes nomes'

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 06 de outubro de 2021 | 15:47
 
 

Com a fusão dos partidos DEM e PSL na esfera nacional, concretizada em evento em Brasília na tarde desta quarta-feira (6), o União Brasil, nome da nova legenda, tem três opções para disputar a Presidência da Republica em 2022. 

O futuro secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, atual presidente do DEM, disse que a legenda, hoje, tem Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, Luiz Henrique Mandetta, ex-minsitro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, e o apresentador de TV, José Luiz Datena. 

"Partido nasce com objetivo de ser o maior do Brasil. Com objetivo de ter candidatura própria à Presidência da República no próximo ano. E a nossa largada é muito forte porque temos três nomes: Rodrigo Pacheco, Mandetta e o Datena. Nenhum outro partido tem três nomes dessa expressão política como nós. O que precisa agora é intensificar diálogo com as demais legendas e tentar viabilizar uma candidatura própria", disse ao O TEMPO, ACM Neto. 

A fusão deve ocorrer oficialmente, na esfera judicial, em até três meses. Esta, ao menos, é a expectativa dos líderes partidários. O que os partidos aguardam agora é a autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a legenda passar a existir de fato. 

Saídas e chegadas

Durante coletiva de imprensa, ACM Neto e Luciano Bivar (hoje, presidente do PSL), disseram que não vão se opor aos políticos que desejarem deixar o partido. Pela legislação, quando partidos passam por fusão, um parlamentar, por exemplo, pode deixar a nova legenda sem penalização. 

Com essa liberação, há uma ala do PSL que deve sair do União Brasil. Esta ala é a mais ligada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Em São Paulo, por exemplo, o União Brasil pode enfrentar uma forte debandada. Isso porque o DEM é aliado ao PSDB de João Doria, atual governador de São Paulo. Historicamente, desde a época em que o DEM era PFL, o partido estava aliado aos tucanos em território paulista. 

Por outro lado, o PSL é oposição ferrenha ao governo Doria, que se tornou um desafeto de Bolsonaro após a eleição de 2018.  

"O partido deverá ser oficializado antes da janela de março e nesse momento abre uma porta de saída para quem não esteja satisfeito com a fusão. A janela de entrada vai se abrir em março. Qual a nossa preocupação? É o desenho para 2022. O que retrata 2018 faz parte da história e do passado do Democratas e do PSL. Portanto, não adianta querer nos medir com a régua de 2018. Esse é o retrato do passado, quando Democratas disputou eleição sozinho e o PSL disputou eleição sozinho", disse ACM durante coletiva de imprensa. 

Zema e Alckmin 

ACM Neto disse que, agora, após a fusão nacional, o União Brasil começa a conversar com políticos regionais para formar candidaturas aos governos dos estados. Para ACM, o ideal é conseguir 10 candidatos próprios nos estados. Questionado sobre se as portas do partido estão abertas para Romeu Zema (Novo), atual governador de Minas Gerais, e Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo que busca partido para se candidatar no ano que vem, ACM considerou "dois grandes nomes". 

"Nós estamos conversando (com as regionais). Agora que nós ultrapassamos a fase da consolidação da fusão nacional, a gente vai avançar para definição do projeto do partido em cada estado do Brasil. Nosso desejo é ter mais de 10 candidatos no país. Por outro lado, a gente tem que considerar a história e o peso político. Você citou dois grandes nomes (Alckmin e Zema). Não posso antecipar, porque estamos conversando sobre projeto para São Paulo, para Minas e para cada um dos 27 estados brasileiros. Mas certamente o objetivo principal é ter número expressivo de candidatos a governador", disse ACM. 

Já Luciano Bivar, presidente do PSL, afirmou que, neste momento, não se preocupa com saídas ou entradas de políticos no partido. "É um marco hoje a união dos dois partidos. De partida, estamos brigando como se fossemos um. Então não tem motivo para ficar preocupado com saídas ou entradas neste momento. O que vamos discutir no momento oportuno é candidatura própria ou de algum partido que se aglutine a nós. Mas certamente queremos uma candidatura viável para Presidência da República", disse. 

Futuro de Pacheco 

ACM Neto também disse que espera contar com Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no partido. Ele afirmou que Pacheco nunca sinalizou uma saída do partido após a fusão com o PSL. 

"Eu, honestamente, nunca ouvi do presidente Pacheco nenhuma palavra sugerindo a saída dele do Democratas. Acho que, agora, com a criação do União Brasil, isso amplia ainda mais o vínculo e o laço, não só dele e de outras lideranças, afinal de contas vamos enfrentar uma eleição no ano que vem sem coligações proporcionais. E agregação de forças vai trazer uma situação de muito maior conforto e segurança nas disputas locais e, inclusive, de Minas. Então, a nossa expectativa é que o presidente Rodrigo Pacheco possa permanecer. Mas quem pode falar por ele é ele próprio. Ele não estava hoje porque cumpre missão especial no exterior. Qualquer decisão só pode ser tomada por ele", afirmou ACM. 

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