DATATEMPO: Marília Campos lidera com folga disputa pela Prefeitura de Contagem

A primeira pesquisa DATATEMPO para traçar cenários para a eleição municipal do ano que vem em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mostra um amplo favoritismo pela atual prefeita Marília Campos (PT). Foram dois cenários estimulados: um com oito possíveis candidatos, que inclui nomes históricos da política local, e outro com três possíveis postulantes, que são aqueles já praticamente confirmados para a disputa. Em ambos, Marília registra mais de 50% das intenções de voto, o que lhe daria a vitória no primeiro turno. 

No cenário 1, com mais nomes para a escolha do eleitor, a petista soma 51,9% das intenções. Em segundo, está o ex-prefeito de Contagem Ademir Lucas (Podemos), com 11,8%. Na sequência, aparece outro ex-chefe do Executivo municipal: Carlin Moura (PSB), com 5,4%. Ele está empatado tecnicamente, pela margem de erro de 2,83 pontos percentuais, com os demais possíveis candidatos que aparecem na lista: o deputado federal Cabo Junio Amaral (PL), com 4%; o advogado Felipe Saliba (Patriota), com 3,9%; o vereador da cidade Léo Motta (Republicanos), com 2,8%; o ex-prefeito Alex de Freitas (Avante) com 2,2%; e o empresário e vice-presidente da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Márcio Bernardino (Novo), com 1,1%. Do total, 13,2% apontam para o voto branco ou nulo e 3,8% não sabem ou não responderam. 

No segundo recorte estimulado, a pesquisa considerou as possíveis candidaturas de Marília Campos, Felipe Saliba e Cabo Junio Amaral. Eles já disseram publicamente que vão concorrer. Com essas peças no tabuleiro, o eleitor novamente coloca a atual prefeita na liderança: 64,1% das intenções para Marília. Saliba soma 8,9%, e Junio Amaral, 7,6%. Outros 15,7% apontam para voto nulo ou branco e 3,8% não sabem ou não responderam.

Marília Campos está em seu terceiro mandato em Contagem. Ela governou a cidade entre 2005 e 2012. Depois, foi eleita deputada estadual por Minas Gerais em duas oportunidades, mas deixou a Assembleia em 2021 para voltar ao Executivo municipal, após derrotar Felipe Saliba em disputa acirrada. Ela teve 51,35% dos votos válidos, enquanto o advogado somou 48,65% em 2020. 

A doutora em ciência política e coordenadora de pesquisa do DATATEMPO, Audrey Dias, afirma que a trajetória da atual prefeita consolida a liderança. “Marília Campos, faltando mais de um ano para as eleições, tem gestão bem aprovada. Conta com experiência anterior de gestão relativamente bem avaliada. Isso pode funcionar como atalho informacional, o que lhe garante o bom posicionamento”, diz. Na avaliação de Bruna Assis, cientista social e analista do DATATEMPO, os números apontam para um favoritismo real. “Os resultados de cenário estimulado tendem a ser mais fiéis à realidade. O eleitor, ao ser confrontado com nomes possíveis, escolhe considerando não só preferências, mas rejeições e nível de conhecimento sobre os candidatos”, afirma. 

Liderança também na espontânea

Além de liderar a pesquisa DATATEMPO em dois cenários estimulados, a prefeita Marília Campos é a mais citada pelo eleitor no levantamento espontâneo, no qual o entrevistador não apresenta nomes. Conforme o levantamento, a petista soma 33% das intenções de voto do tipo, enquanto 49,5% dos entrevistados não sabem ou não responderam em quem vão votar. Depois, aparecem quatro candidatos empatados pela margem de erro de 2,83 pontos percentuais: Ademir Lucas (Podemos), Carlin Moura (PSB), Felipe Saliba (Patriota) e Cabo Junio Amaral (PL), todos entre 0,4% e 0,8%. Outros possíveis candidatos somam 2,5%, e os votos brancos e nulos, 12,8%.

“Na pesquisa de intenção de voto espontânea, perguntamos em quem o respondente pretende votar para determinado cargo, sem apresentar nomes. Pode-se dizer, então, que esse cenário é configurado a partir dos nomes mais lembrados e de maior preferência entre os eleitores – que nem sempre citam nomes viáveis para o cargo em questão”, explica a cientista social e analista da pesquisa DATATEMPO, Bruna Assis. Diante do cenário espontâneo, o eleitor de Contagem chegou a citar nomes curiosos, que certamente não vão concorrer ao pleito. São os casos do presidente Lula (PT), do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os três pontuaram entre 0,1% e 0,3%.

Vargem das Flores fortalece chefe do Executivo

A pesquisa DATATEMPO mostra que os moradores da regional Vargem das Flores (conhecida como Várzea das Flores) são os que mais votam em Marília Campos, considerando o cenário com oito possíveis candidatos. Lá, a prefeita soma 73,9% das intenções de voto, bem acima das outras regiões. O local será um dos mais impactados pelo atual projeto do Rodoanel Metropolitano, duramente criticado pela prefeita. Por outro lado, a regional Ressaca é a que menos apoia Marília Campos, somando 39,3% das intenções lá.

Metodologia

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.200 entrevistas domiciliares, entre 9 e 12 de setembro, nas oito regionais administrativas de Contagem. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.