A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pedir suspensão da transferência do petista para São Paulo, como determinou a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal Criminal de Curitiba. A defesa de Lula cita, em nota, que o ex-presidente, condenado a 10 anos e 8 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, é "vítima de intenso constrangimento ilegal imposto por parte do sistema da Justiça". 

O temor do PT é a de que Lula fique em uma prisão comum ao ser transferido para São Paulo. No entanto, na decisão da juíza Lebbos, há citação de que o ex-presidente possa ficar em uma sala especial, independente da prisão.

"Todavia, a relevância do cargo já ocupado, com as atividades que lhe são inerentes, efetivamente demanda cautela estatal no sentido da preservação da segurança do apenado. E, não obstante ausente imposição abstrata para o recolhimento em Sala de Estado Maior ou local assemelhado, possível que tal contexto se verifique, apenas se necessário à preservação da segurança e à garantia do efetivo cumprimento da pena, caso ausente outro local adequado", diz em trecho da decisão. 

A defesa de Lula já havia pedido a suspensão da análise do pedido formulado pela Polícia Federal para que lula deixasse a Carceragem da PF na capital paranaense. Segundo a defesa do petista, a expectativa era de que a análise fosse feita após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir o pedido de habeas corpus de Lula. 

"Conforme definido no dia 25 de junho, a 2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal deverá retomar em breve o julgamento do mérito do habeas corpus que apresentamos com o objetivo de reconhecer a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e a consequente nulidade de todo o processo", diz trecho da nota publicada pelo PT. 

Condenado

Lula foi preso em abril do ano passado após ser condenado em primeira e segunda instâncias. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os crimes, para a Justiça, ficaram comprovados no caso que ficou conhecido popularmente como "triplex do Guarujá". 

Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação do petista, mas diminuiu a pena para 10 anos e 8 meses. Lula entrou com pedidos de habeas corpus no STF. Um deles, que pede a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, ainda será analisado pelos ministros da Corte.