Durante a negociação do reajuste salarial para membros das forças de segurança, o governo deixou claro que, para conseguir conceder reajustes mais próximos aos reivindicados, depende da aprovação do plano de recuperação fiscal pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Como esperado, a posição não foi bem recebida pelos deputados estaduais.

“Infelizmente, é política do governo querer jogar a responsabilidade toda para a Assembleia e o governador se eximir das atribuições de chefe do Executivo, como se coubesse ao Legislativo resolver os problemas do governo de Minas. Mas nós vamos conversando para buscar uma solução”, disse o deputado Bruno Engler (PSL).

O deputado diz que, apesar disso, não pode dizer que o governo não esteja tendo diálogo com os parlamentares. Engler cita como exemplo justamente a negociação salarial com os agentes das forças de segurança. 

O deputado Thiago Cota (MDB) diz não ter certeza se há uma estratégia do governo por trás do posicionamento, mas reprova o ato de pressionar a ALMG pela aprovação do plano. “Acredito que não seja o melhor caminho buscar pressionar de qualquer forma um Poder que se constituiu eleito, assim como o governador se constituiu representante do povo mineiro. Não é um caminho ideal. Mas a Casa, quando o projeto chegar, terá sabedoria de aprovar o que é bom para Minas e o que não for, rejeitar”, disse.

A postura do governo em relação à ALMG também gerou críticas duras de Léo Portela (PL). Nas redes sociais, ele chegou a pedir que o governador Romeu Zema (Novo) renunciasse. “Seria muito digno da parte do governador que ele declarasse a sua incompetência e renunciasse. Ficar jogando a inoperância do seu governo nas costas da ALMG é ridículo. Governe ou peça para sair, Romeu Zema!”, disse.

O líder do bloco Liberdade e Progresso, Cássio Soares (PSD), afirma que há uma insatisfação dos deputados ligados à segurança pública, mas que a fala é um exagero. “Falhas na condução do governo podem acontecer. Mas, caso realmente haja incompetência, isso tem que ser decidido na próxima eleição”, disse.