O grupo de 34 brasileiros que está na região da Faixa de Gaza deve sair do terriótio em conflito até a próxima quarta-feira (8), segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Nesta sexta-feira (3), o chanceler conversou com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que teria dado essa garantia. 

“Ele me deu garantias de que, até quarta-feira, todos os brasileiros que estão em Gaza poderão sair pela passagem de Rafah. Portanto, eles terão acesso, já providenciado pelas Embaixadas do Brasil, tanto em Ramallah (na Palestina) quanto no Egito, até o aeroporto onde está o avião da Força Aérea Brasileira, que os trará para o Brasil”, afirmou.

Essa foi a quarta conversa entre os dois diplomatas desde o início do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, em 7 de outubro. Desde então, esses cidadãos com residência brasileira esperam por uma liberação da fronteira para serem resgatados pelo Itamaraty.

As negociações também incluíram o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry. “Ele me disse que da parte do governo egípcio toda a prioridade está sendo dada. Tão logo a documentação seja liberada na passagem de Rafah, os 34 brasileiros passarão e terão todo apoio para seguir para o aeroporto e embarcar direito para o Brasil”, disse Vieira. 

O governo brasileiro mantém veículos de prontidão para leva-los a um aeroporto no território egípicio, onde um avião da Presidência da República está pronto, há quase duas semanas, para trazê-los para o Brasil. Segundo Vieira, a retirada do grupo poderá acontecer antes, na segunda-feira (6) ou na terça-feira (7).

Dos 34 cidadãos com cidadania brasileira, 17 são crianças. E, nesta sexta-feira (3), eles ficaram novamente de fora de uma terceira lista de estrangeiros autorizados a atravessar a fronteira com o Egito. Esse processo de liberação de estrangeiros e feridos graves de Gaza começou na última quarta-feira (1º), e já atendeu quase 1.000 dos cerca de 7.000 cidadãos elegíveis a sair.

Entenda a saída de estrangeiros do local

 A saída dos estrangeiros ocorre pela passagem de Rafah, que liga as cidades homônimas em Gaza e no Egito. Mauro Vieira já havia mantendo contato com autoridades egípcias, catari, norte-americanas e israelenses no intuito de acelerar o aval.

Apesar da fronteira com Gaza ser egípcia, a lista tem sido submetida a Israel, que, atacado pelo Hamas em 7 de outubro, deflagrou uma guerra, atacando Gaza, território palestino controlado pelo grupo.

Já o Catar é fundamental na mediação da liberação dos estrangeiros porque é um país do golfo Pérsico que abriga parte da liderança do Hamas, mas mantém diálogos com Israel, Palestina e Estados Unidos.

FAB resgata brasileiros na Cisjordânia

Enquanto Israel impedia a saída dos brasileiros de Gaza, a Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou outros na Cisjordânia, território palestino que não é controlado pela Hamas, mas pela Autoridade Palestina, adversária do grupo que deu início à guerra com Israel.

A aeronave VC-2 (Embraer 190), cedida pela Presidência da República, que pousou na manhã de quinta-feira (2) na Base Aérea de Brasília, foi a nona que regressou ao Brasil pela Operação Voltando em Paz, do governo federal, desde o início das hostilidades no Oriente Médio. Mas, foi a pioneira a trazer cidadãos brasileiros resgatados do território palestino da Cisjordânia. 

Dos 32 passageiros neste último voo da missão brasileira, 30 são brasileiros e, ainda, há um palestino e uma jordaniana, casados com brasileiros. Apenas uma passageira permaneceu em Brasília. As demais famílias repatriadas tiveram outros destinos finais. 

Os outros oito voos anteriores da FAB repatriaram brasileiros que estavam em Israel. Com o pouso de quinta-feira da aeronave VC-2, são 1.445 passageiros e 53 pets resgatados em voos que já regressaram ao Brasil. A maioria estava em Israel.